| Foto: Divulgação/A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias
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Em vários países do mundo, seja em casos de catástrofes extraordinárias ou em situações que envolvem necessidades locais, voluntários ligados à Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias vestem seus coletes amarelos e se colocam à disposição da comunidade. É o programa Mãos que Ajudam, que nasceu aqui no Brasil no ano 2000.

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“O programa teve tanto sucesso que se tornou mundial. As cores do colete verde-amarelo foram para todo o mundo, em reconhecimento à criação do programa ter ocorrido aqui”, conta o diretor de Assuntos Públicos do conselho Curitiba Sul da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Dimítrios Kogiarídis.

As obras muitas vezes são simples, mas fazem a diferença no dia a dia dos grupos atendidos – e dos voluntários. São coisas como pintura e reparos elétricos em escolas, hospitais e igrejas, plantio de árvores e flores e limpeza de praias ou leitos de rios.

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“A definição das obras a serem realizadas acontece por demanda das necessidades locais. Às vezes por causa de catástrofes, às vezes por uma necessidade de um município ou estado e às vezes pela necessidade específica de uma escola, hospital ou centro de atendimento a idosos”, explica Kogiarídis. “São as lideranças da igreja que identificam essas necessidades. Às vezes a demanda é solicitada a essas lideranças. Não podemos fazer tudo, mas, dentro da nossa capacidade, ajudamos”.

Abertura

O programa não é restrito a membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – conhecidos como mórmons. Membros de outras igrejas e religiões ou pessoas sem religião também podem participar como voluntários. Aliás, uma regra é clara: quando vestem o colete, nada de fazer proselitismo – os mórmons só falam sobre a Igreja se alguém perguntar. E o programa até mesmo desenvolve atividades junto a comunidades de outras igrejas e religiões.

A aeroportuária Marina Okumura, de São José dos Pinhais (PR), tem 63 anos e participa do Mãos que Ajudam desde a sua criação, há 20 anos. Ela recorda um dos projetos de que participou – a finalização de uma construção em um terreiro de candomblé.

“Quando a Igreja faz qualquer serviço comunitário, não olha religião, cor, gênero nem nada. Só olha que é uma pessoa ou um grupo de pessoas que precisa de ajuda”, diz. “Isso cria pontes. Você aprende a respeitar melhor o próximo, a respeitar as diferenças e a admirar os pontos em comum”.

“O objetivo é ser ‘mãos que ajudam’. E mãos que ajudam não escolhem um tipo específico de trabalho ou de instituição”, complementa Kogiarídis. “Temos grande interesse em ajudar todas as religiões. Às vezes uma igreja precisa de uma reforma no prédio. Nós ajudamos”.

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Sensibilidade

Para Marina, o primeiro objetivo é exercitar a cidadania e colocar em prática o princípio que os cristãos professam: o amor ao próximo. “Essa disposição de ajudar o próximo faz parte do ser humano. Às vezes só não fazemos por falta de oportunidade”, avalia ela.

Os resultados são fecundos: a transformação acontece no dia a dia da comunidade local e também na vida de cada voluntário. “Servir ao próximo é um exercício. Na medida em que servimos, desenvolvemos uma sensibilidade em relação à necessidade do outro que antes não tínhamos”, explica Marina.

“É difícil expressar. Qualquer pessoa que faz serviço voluntário sabe o sentimento que fica depois de realizar o trabalho. Não há palavras para descrever isso”, resume Kogiarídis. Quem quiser participar das atividades só precisa procurar uma das capelas da Igreja e se colocar à disposição.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]