Divulgação/Viviani Zumpano
Divulgação/Viviani Zumpano| Foto:

É na infância que as crianças assimilam com maior facilidade os valores passados pelos pais e adquirem a noção de ética que será aprimorada ao longo da vida. Muito mais do que aprender pelo ouvir elas têm no exemplo visto a melhor maneira de entender o mundo em que vivem. Pensando em ajudar pais, professores e demais profissionais que atuem no universo infanto-juvenil, Viviani Zumpano, que há 30 anos atua no ramo educacional, criou o Jogo dos Dilemas.

Especialista em problemas de aprendizagem, Viviani percebeu a necessidade de fazer um trabalho voltado às competências socioemocionais. “Hoje, mais do que nunca, esse é um requisito básico para a evolução do ser humano”, comenta. Ela explica que as crianças, atualmente, crescem em um mundo muito egocêntrico e que é necessário que elas aprendam a olhar as situações do ponto de vista do outro, aprendendo que seu direito acaba quando o do outro começa.

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O jogo consiste em 40 cartas com situações cotidianas que crianças e adolescentes já possam ter vivido ou não. “Um exemplo de dilema apresentado no jogo: na escola, entre colegas, a criança e um outro aluno acertam e erram o mesmo número de questões, mas o outro tira uma nota maior. O que fazer? Permanecer com sua nota correta e deixar que o amigo tire vantagem ou avisar o professor?”, diz Viviani. Outra carta, segundo ela, lida com o dilema do roubo e da fome, ao apresentar um momento em que uma mãe com filho faminto rouba uma lata de leite no supermercado.

Por exigir do leitor a leitura da questão e a interpretação da mesma, a faixa etária indicativa é de 8 a 14 anos. E o jogo pode ser utilizado pelos pais, pela escola e em consultórios, principalmente com crianças que tenham diagnóstico de hiperatividade, déficit de atenção e que apresentem comportamento impulsivo. “Em família o jogo é muito útil justamente porque as crianças se espelham nas atitudes dos pais e, com as propostas das cartas, eles podem debater e apresentar pontos de vista”, diz.

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Já na escola, a recomendação de Viviani é de que o professor avalie sua turma e veja se é necessário que cada um deles receba uma carta para debater com toda a classe, ou algumas que os façam pensar em grupos. No consultório, o material pode ser benéfico para se trabalhar a repetição e antecipação de situações com crianças que hajam por impulso, por exemplo.

Um dos grandes ganhos da criança por conta do jogo é o fato de que, se ela ainda não viveu aquele dilema, ela entra em um processo de ensaio. “Ela experimenta situações e pode refletir e aprender, desenvolvendo o contexto e a olhando sob a ótica de um terceiro”, avalia Viviani. O respeito e ética são produtos da construção cultural coletiva e aos pais cabe serem exemplos firmes dessas questões. “Para crianças e o adolescente, ainda, muitas vezes o que fazem de certo está condicionado ao medo. Por ser um jogo que a faz refletir, eles optam pelo certo, porque é o certo e não porque alguém vai repreendê-la posteriormente”, conclui a autora.

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