Garrafas PET, canos de PCV e placas solares viram lampiões e postes de iluminação pública, para comunidades em todo o Brasil.
Crianças com os lampiões de garrafa PET em comunidade ribeirinha.| Foto: Divulgação/Litro de Luz

É quase difícil de acreditar, mas milhões de pessoas ainda não têm acesso a iluminação pública no Brasil. O Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) estima que 2 milhões não têm nem energia elétrica. Para tentar amenizar o sofrimento de quem convive com esse problema diariamente a organização social Litro de Luz leva iluminação solar para muitas dessas comunidades.

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“Desde comunidades urbanas no Rio de Janeiro e São Paulo até comunidades ribeirinhas na Amazônia”, revela Tayane Belem, diretora de marketing da organização. As duas principais soluções oferecidas pela Litro de Luz são o poste solar e o lampião solar, feitos com materiais simples, como canos de PVC e garrafas PET, de baixo custo e que não oferecem risco à população.

“Basicamente o cano de PVC monta a estrutura, bateria que armazena a energia que a placa solar vai captar, tem um LED e uma garrafa PET que protege o LED”, explica Tayane. O movimento Litro de Luz surgiu em 2001, baseado na ideia de um brasileiro que criou a lâmpada artesanal depois de um apagão. Um filipino fundou a instituição para promover projetos sustentáveis de baixo custo e hoje a organização está presente em pelo menos 15 países.

Pelo Brasil

No Brasil o Litro de Luz chegou em 2014 e hoje está em seis cidades. A organização conta com mais de 200 voluntários e já alcançou pelo menos 120 comunidades pelo país, impactando, até o final de 2021, 23 mil pessoas. Os projetos são financiados com parcerias com empresas.

Os moradores das comunidades são capacitados para que consigam fazer os equipamentos e, também, realizar as manutenções quando necessário. “O nosso trabalho com a comunidade é de coparticipação. A gente constrói coletivamente. Nenhuma atividade é imposta. A comunidade que é tomadora de decisões”, ressalta Tayane.

Melhor condição de vida

Para iniciar a ação, pelo menos 3 meses antes a equipe começa as visitas para capacitar os moradores. “A nossa estrela é a metodologia e todo o engajamento comunitário que a gente realiza”, diz, ainda, a diretora de marketing. Os manuais são ilustrativos para que as pessoas que não sabem ler possam participar também. E mais do que apenas levar luz para essas casas e regiões, a ideia é gerar melhores condições de vida.

A solução oferecida pela organização é algo temporário, pois a expectativa é que logo esses locais tenham acesso a energia elétrica e iluminação pública ou que a situação, em muitos casos irregular, possa ser normalizada. “A ideia é que eles possam pagar efetivamente uma conta de luz”, destaca Tayane.

Os relatos das pessoas e resultados das ações é o que serve de combustível para que o trabalho continue. “Tem um depoimento de um morador que conta como é maravilhoso jantar podendo enxergar a comida, mulheres que voltaram a estudar em casa e crianças que agora podem brincar à noite”, conclui.

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