Nada como desenvolver uma habilidade importante como a leitura, desenvolver nossa compreensão do mundo e da nossa relação com ele e, ainda por cima, ganhar um bom desconto. É o que experimentam as crianças que cortam o cabelo em uma barbearia da cidade de Ypsilanti, no estado do Michigan, nos Estados Unidos, graças ao barbeiro Ryan Griffin, que dá um desconto de US$ 2 – cerca de R$ 8,50 – se elas lerem em voz alta durante os cortes.
Os livros que a barbearia Fuller Cut disponibiliza contam histórias de grandes figuras afro-americanas – como Rosa Parks, Ray Charles ou Michael Jordan – ou têm como personagens crianças afro-americanas ou africanas. Griffin, que trabalha no local há 20 anos, tirou a ideia de uma barbearia do Harlem, bairro de Nova York.
Depois de implantar a ideia o local começou até mesmo a receber doações de livros dos pais – e elogios dos professores da região. São tantos livros que a barbearia já incentiva outras lojas do ramo oferecendo um pacote de livros àquelas que querem espalhar a iniciativa. No local, ficam de 75 a 100 títulos rotativamente.
Os barbeiros têm até a atenção de monitorar qual livro cada criança está lendo – já que o tempo do corte é curto e raramente uma criança termina um livro de uma vez só. Assim eles garantem que elas finalizem a leitura de cada livro. Além disso, os barbeiros fazem perguntas durante a leitura para garantir que a criança está entendendo o que lê.
“Para algumas crianças, a leitura flui bem. Outras têm receio de ler em voz alta ou dificuldades com a leitura em geral. Mesmo assim, incentivamos todas elas a tentar”, conta o dono do local, Alex Fuller, ao site Bored Panda. “Cada vez que há um livro na mão de uma criança o empoderamento de uma comunidade acontece”.
“Houve momentos em que vimos no rosto de uma criança o seu sentimento de realização ao terminar a leitura. Nada supera isso”, afirma Fuller. Já Griffin sonha: “Talvez alguma criança daqui cresça e se torne um jornalista ou escritor e diga: ‘Sabe, quando eu era criança, meu barbeiro me deu o gosto pela leitura”, diz.
