Além de acolher crianças e adolescentes, a associação administra centros de educação infantil, unidades de saúde e mantém um centro comunitário.
Além de acolher crianças e adolescentes, a associação administra centros de educação infantil, unidades de saúde e mantém um centro comunitário.| Foto: Missão Sal da Terra

O grupo de jovens que se reunia para cantar na igreja logo percebeu que queria fazer mais. Moradores de Uberlândia, em Minas Gerais, decidiram fundar, há 40 anos, a Missão Sal da Terra. Em pouco tempo ficaram conhecidos e o poder público ofereceu a administração de uma creche. Hoje a associação filantrópica administra diversos centros de educação infantil, unidades de saúde e mantém um centro comunitário e serviços de acolhimento para crianças e adolescentes afastados do convívio familiar.

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O centro comunitário fica no bairro Shopping Park que, há 20 anos, era uma ocupação irregular. Os moradores viviam em condições precárias e a associação atuava para oferecer auxílio principalmente habitacional, com a construção de casas e acompanhamento das famílias. Com a regularização do bairro, em 2004, o local passou a oferecer atividades de contraturno escolar.

Agora, 800 crianças e adolescentes são atendidas em 14 projetos que envolvem desde reforço escolar e aulas de inglês até atividades culturais, práticas esportivas e uma horta comunitária. “O projeto se tornou uma referência no bairro. A intenção é oferecer qualidade de vida pras crianças e adolescentes e, consequentemente, às famílias”, conta Lorena Vidal, psicóloga e coordenadora social da Missão.

Família Acolhedora

Em 2015 a missão iniciou outro projeto social, voltado às crianças e adolescentes afastados das famílias por decisões judicias. O complexo oferece acolhimentos institucional e familiar, e um programa de apadrinhamento. “Todas essas crianças e adolescentes vêm com uma história de dor e o grande trabalho, ao acolher, é despertar um pouco de esperança”, revela Lorena.

Quando o poder judiciário determina o afastamento da família, as crianças e adolescentes precisam de um lugar para ficar até que seja tomada a decisão definitiva ou de voltarem pra casa ou de serem encaminhados para adoção. O Família Acolhedora é um projeto que capacita, orienta e oferece suporte a voluntários que se responsabilizam pelo abrigo dessas crianças nesse período. “Mais do que sustentar por um tempo, esse acolhimento familiar oferece um vínculo e um cuidado para que eles tenham outro olhar para a relação com as pessoas”, diz a psicóloga.

A Sal da Terra também oferece acolhimento institucional, mas vai na contramão do que é o mais comum no país. De acordo com Lorena, no Brasil, menos de 10% das crianças e adolescentes são recebidos por famílias acolhedoras. A maioria permanece em instituições. Em Uberlândia, graças ao programa, a lógica é inversa. São 50 acolhidos em casa de família e apenas 20, no abrigo.

O serviço de apadrinhamento também é oferecido e auxilia, em especial, adolescentes que dificilmente serão adotados, pois a idade já foge do perfil da maioria das famílias adotantes. A ideia é oferecer apoio de todo tipo e até criar um vínculo de convivência familiar. A Associação tem capacidade e autonomia para cadastrar os interessados e treiná-los.

A cada ano que passa o número de atendidos pela Missão Sal da Terra aumenta. Os desafios para alterar a realidade de famílias carentes em tantos aspectos são imensos e é por isso que cada vez mais o engajamento de toda a sociedade se faz necessário.

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