(Basílica de São Pedro, Roma / Arquivo pessoal)
(Basílica de São Pedro, Roma / Arquivo pessoal)| Foto:

Deixo Roma neste exato momento e escrevo já dentro do avião. Como confessei aqui outro dia, chorei muito em Roma. Confesso que continuo assim: chorando. É inevitável. Confesso também que não imaginei que seria tão profundamente tocado pela cidade eterna. Se não chorasse depois de tudo que ouvi, vi e estudei sobre o que estão fazendo com a Igreja, eu seria, no mínimo, um patente sociopata, ou mesmo um retardado mental.

Antes de iniciar a viagem de retorno, tive o privilégio de pedir, uma segunda vez, a intercessão de São João Paulo II diante de seu túmulo, rodeado de gente na casa de São Pedro. Foram apenas alguns rápidos minutos, porque tinha de arrumar as malas e voltar logo ao Brasil. O tempo “murge”. (Pelo que tenho me informado, a coisa está pererecando na terra do Supremo.)

Jeffrey, um caridoso seminarista colombiano da Fabbrica di San Pietro – órgão responsável por zelar pela basílica –, fez a gentileza de evitar que eu enfrentasse a fila para entrar na igreja, que já acumulava horas de espera. Passamos incólumes pela colorida – mas séria – Guarda Suíça e, então, com passos rápidos fui conduzido pelos corredores do Vaticano até chegar dentro do coração da Fé: a Basílica de São Pedro, a casa de Deus e o cemitério de santos onde os mortos estão ainda mais vivos.

Toneladas de turistas de mil países diferentes faziam desaparecer aquele silêncio devido que ouvira outro dia durante a celebração de uma missa em latim das sete da manhã. A Igreja, paciente, deixou de lado seu múnus de Mestra para se tornar uma majestosa e acolhedora Mãe. Apesar dos sustos com os flashes; apesar de todo o barulho das conversas que poderiam ser deixadas para depois; apesar da impossibilidade de sentir-se fisicamente a sós com Deus; apesar de saber que muitos dos que ali estavam não eram filhos da Nossa Amada Igreja; apesar de saber que tantos ali queriam vê-La transformada num museu; apesar do calor, da pressa, do cansaço e da angústia; apesar de tudo isto pude chorar e rezar mais uma vez perante um dos homens mais importantes do século XX e, quem sabe, da Igreja.

S. João Paulo II sabe muito melhor do que qualquer um de nós o que está ocorrendo no mundo e na Igreja da qual foi timoneiro. Sua intercessão é imprescindível. Gênero, aborto, família, comunismo, globalismo, ideologias identitárias, governos controladores e tirânicos. Seu pontificado marcou o combate contra estes flagelos.

Chego ao Brasil abundante de fé e esperança, sem jamais perder o senso do real; a proporção das coisas. Volto ao meu país com mil planos, mil ideias e projetos novos. O velho mundo está, de fato, cheio de novas idéias. Aguardem.

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