Empatia é característica que se sobressai em muitas mulheres e o que faz com que a rotina de trabalho flua melhor.
Empatia é característica que se sobressai em muitas mulheres e o que faz com que a rotina de trabalho flua melhor.| Foto: Amy Hirschi/Unsplash

Gerir uma equipe à distância tem sido um desafio para inúmeras empresas, especialmente neste último ano. Ter líderes que conseguem administrar vários processos ao mesmo tempo é o que diferencia os casos de sucesso em meio à crise que surgiu em decorrência da pandemia. E as mulheres se destacam quando o assunto é usar habilidades interpessoais para administrar os problemas que surgem.

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Meillyn Lemos, psicóloga e mentora de mulheres, esclarece que há um estereótipo de que mulher dá conta de tudo e que isso já é ensinado desde sempre, em casa, mesmo que indiretamente. E embora isso possa se tornar um peso em muitas ocasiões, quando a mulher passa a se cobrar exageradamente, a raiz dessa característica é o que faz a liderança também ser algo natural. “Mulher não enxerga o desistir como algo benéfico. Desistir também é coragem, mas quando se trata de liderança, desistir não aparece como opção e você supera uma crise”, explica ela.

Habilidades maternas

Um maior senso de planejamento de tarefas é outra característica importante. A publicitária Luciana Cattony é empreendora e fundou uma empresa que se dedica a mostrar ao mercado de trabalho como o universo materno pode e deve ser estimulado. Ela participou de uma pesquisa internacional que investigou a relação entre maternidade e carreira. “A pesquisa concluiu que as mulheres, depois que se tornam mães, desenvolvem habilidades que podem ser levadas para a carreira. Gestão de recursos, gestão de crise, comunicação e oratória são várias habilidades que a gente pode levar para o trabalho”, diz ela.

É justamente o conjunto de características que fez da Cibele de Souza, de 39 anos, diretora de manufatura das 4 fábricas da Mondelēz de Curitiba. Ela gerencia mais de 2 mil pessoas na segunda maior planta da multinacional, é casada e tem um filho de 6 anos. “Quando a gente tem um time, tanto em casa como na fábrica, a gente consegue equilibrar bem”, admite ela. Ela destaca que as mulheres levam para o lado profissional muitas das questões domésticas.

Empatia corporativa

O segredo, confessa, Cibele, é a empatia. Entender como o outro se sente é o que faz das mulheres, segundo ela, excelentes profissionais. “É um exercício de empatia. Aprender a ouvir as pessoas e aquilo que está sendo frustrante ou muito benéfico naquele dia. Os filhos ensinam isso todos os dias”. E durante esse último ano essa foi a principal função dela. Apesar de ir ao trabalho diariamente, parte da equipe está em home office e se manter próxima de todos foi o mais desafiador, de acordo com ela.

Tudo bem parar para respirar

Diante de uma situação estressante, em que é preciso gerenciar uma crise, as pausas também são necessárias, como reforça Meillyn: “É necessário se reconectar para ver se o que você precisa fazer tem a ver com a tua essência”. Ela também afirma que saber gerenciar o que já passou é algo necessário em situações assim. “Superar uma crise é não ficar preso no passado e estar no momento presente. Você só toma uma decisão se está consciente do que está vivendo”, ensina.

Luciana reforça esse aspecto que a maternidade também desenvolve. “Mães acreditam num futuro melhor agindo no presente. A pandemia veio pra mostrar que a gente precisa cuidar das pessoas e fazer com que os funcionários se sintam confortáveis, o que gera inovação e resultados de negócio”, ressalta.

E mais do que se sentir forte e imbatível, Cibele da uma dica valiosa para quem quer ser mãe, chefe e esposa: “Às vezes vou precisar me ausentar para ir ao pediatra com meu filho e tudo bem. Em algum momento vou ter que ir até a fábrica de madrugada e tudo bem também. A gente pode aliviar o peso e tirar a pressão”. Ela completa e conclui: “Dá super certo. Não adianta pensar que é super heroína. A gente vai errar, aprender e precisar pedir desculpa em alguns momentos”.

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