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Alexander Porto, 38 anos, mora em São Paulo e possui uma franquia da Prima Clean – rede de lavanderias Express.

“Trabalhei durante oito anos em uma empresa exercendo o cargo de gerente de produtos. Mas, depois que a empresa foi adquirida por uma multinacional da indústria farmacêutica, a situação ficou muito conturbada e o ambiente de trabalho extremamente tenso e hostil. Quando chegava no escritório, me sentia entrando em uma zona de guerra. Chefes mal preparados, mudança de cultura e puxadas de tapete ajudavam a completar o cenário de terror. E, apesar da demissão não ser algo positivo, ela me trouxe um alívio, gerando um sentimento de libertação e renovação profissional.

A ideia do próprio negócio partiu da vontade de estabelecer um padrão de vida em que eu pudesse equilibrar trabalho, vida pessoal, saúde, família e satisfação profissional. Na época eu estava cursando MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios na Fundação Getúlio Vargas, e aproveitei para amadurecer a ideia utilizando os trabalhos dados pelos professores de cada disciplina do curso.

Obtive também apoio com o Sebrae, através de informações de planejamento e mercado. Hoje, com minha franquia da Prima Clean (rede de lavanderias self-service), me sinto satisfeito por gerir meu próprio negócio, atender bem meus clientes, aplicar o conhecimento que obtive durante minha carreira profissional e o conhecimento acadêmico. Isso tem feito com que minha loja caminhe muito bem e de forma próspera. Consigo também tempo para realizar minhas atividades pessoais diárias sem me preocupar com e-mails, ligações ou mensagens de chefes a qualquer momento e horário da semana que deviam ser respondidas imediatamente. Enfim, com a franquia conquistei a liberdade que eu almejava.

Agora, no campo profissional a expectativa é de ampliar o negócio com a abertura de novas lojas da Prima Clean, estabelecer uma equipe de profissionais competentes para atender bem os clientes e buscar modelos inovadores para otimizar a operação e diminuir custos. No campo pessoal, quero poder aproveitar meus finais de semana com minha família e velejar.”

1- Que conselhos você daria a pessoas que se encontram na mesma situação?

Que façam uma autoanálise se perguntando “o que me faz feliz ?”. Verificar se no modelo de vida que levam hoje, conseguem encontrar essa felicidade. Senão, procurar buscar ao que ela estaria relacionada, quais seriam as mudanças necessárias para promover essa virada, e seguir atrás do seu sonho. Se a decisão for por um negócio próprio, começar pelo planejamento, sempre com a cabeça nas nuvens, mas os pés no chão, e perder um bom tempo na parte de planejamento, pesquisa, análise de riscos, etc. Quanto mais tempo, maiores as chances de sucesso.

2- Por que você acredita ter tomado a atitude e direção corretas?

Porque hoje posso dizer que estou feliz em todos os pilares de minha vida.

3- O que foi fundamental para se manter firme durante os momentos mais difíceis?

O apoio dos familiares e dos amigos, a confiança na minha capacidade e na minha experiência e a fé no futuro.

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Andréa Coelho Martins, 43 anos, mora em Curitiba e é proprietária da Andréa Coelho Doces, que fabrica doces para eventos.

“Há quatro anos, após perder meu emprego e meu esposo fechar sua empresa, nossa vida financeira passou por mudanças que nunca imaginávamos. A nova situação nos forçou a novos rumos. Meu esposo logo se recolocou profissionalmente e eu fiquei responsável pelo cuidado dos filhos e da casa. Foi um longo e difícil período de adaptação, mas sem jamais perder a fé, crendo que algo melhor estaria reservado.

Em 2013 minha vida ficou mais doce. Durante a organização de um jantar da minha igreja em homenagem às mães, ajudei uma amiga a confeccionar alguns doces. Aquele trabalho simplesmente me encantou. Depois disso, sem pretensão alguma, fiz alguns doces para os aniversários da família, e a aprovação foi geral, tanto que uma amiga fez o pedido da minha primeira encomenda. Deste dia em diante, nunca mais parei.

Depois de dois meses recebia a encomenda da minha primeira festa de casamento, com mil docinhos para entregar! Apesar de aceitar o desafio de uma encomenda tão grande, a noiva me solicitou doces que eu nunca tinha feito. À noite sonhei que fazia umas maçãs decoradas (de noivo e noiva). Acordei no outro dia cedo, fui ao mercado comprar as maçãs e às 10 h já tinha os dois modelos prontos. Foi uma realização, senti uma alegria incrível e passei a acreditar realmente no meu trabalho. Os sonhos se repetiram mais vezes e, dessa forma, aprendi a fazer muitos modelos diferentes.

Hoje, a Andréa Coelho Doces recebe encomendas semanalmente e, além de ser uma vitória pessoal, é uma fonte de renda, uma atividade prazerosa e motivo de muita alegria. Esse trabalho permite também que eu me dedique aos meus filhos, tenha tempo de convivência e outras coisas que antes não podia fazer, como levar para a escola, almoçar junto etc. Minha irmã e minha mãe já viraram parceiras no negócio. Temos pedidos agendados para o próximo ano e já contamos com a proposta de sócios investidores para a ampliação dos negócios.”

1- Você se capacitou de alguma maneira? Fez cursos, workshops etc.?

No início, fui pelo instinto, pelos sonhos e pelos tutoriais de internet. Não pensei em me capacitar, pois não imaginava que o negócio daria tão certo. Mas, posteriormente, fiz um curso com uma doceira conceituada aqui de Curitiba e outros cursos menores.

2- Quais são seus planos para o futuro? Dobrar a produção? Abrir uma loja?

O negócio ainda é recente, mas temos alguns planos para 2016. Queremos profissionalizar mais o negócio, e isso inclui a locação de um espaço para aumentar a produção e contratação de funcionários. Abrir uma loja também faz parte dos nossos planos.

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