Desde minha primeira gestação sonhei em ter um parto normal. Justo por ouvir falar tanto que quando se faz cesárea, as próximas vias de nascimento só poderão ser através de cirurgia, e como sempre quis ter vários filhos, morria de medo de ser submetida a uma cesariana. E por agora, que consegui um parto 100% natural, começarei uma série de post contando minha experiência e meu relato de parto.
Gostaria de deixar claro que não sou contra quem opta por ter filhos através de cesárea, mas existem muitas mulheres que, como eu, sonham ter um parto normal e muitas já foram submetidas a uma cesariana, e estes posts são justamente para motivá-las a não desistirem de seu sonho!
A preparação
Na minha primeira gestação quando me perguntavam se iria tentar parto normal, dizia que sim (naturalmente), mas confesso que não fiz o menor esforço para me preparar. Achava que normal é natural. Efetivamente o parto normal respeita a natureza da mulher, mas o que não me dei conta, foi que cada vez mais nós, mulheres modernas, estamos cada vez menos preparadas para parir. Além de ser sedentária, minha única caminhada era da porta de casa para o carro, do carro para o escritório e o caminho ao contrário. Agora compara este ritmo de vida com as mulheres de 40, 50 anos atrás, ou melhor ainda, compara com as índias… Vivemos numa era do comodismo, não levantamos do sofá nem mesmo para trocar o canal da televisão. É mais do que preciso que o corpo esteja em movimento e forte para trazer um bebê ao mundo. Por isso que com 17 semanas comecei a fazer pilates próprio para gestante. Vale lembrar que a maioria dos médicos liberam atividade física para gestantes depois do primeiro trimestre de gestação. É sempre bom que toda atividade física realizada por uma gestante seja acompanhada por um profissional qualificado para que o objetivo de se fortalecer não se transforme em um risco para o bebê. E comigo, tudo isso só começou através do exemplo de uma grande amiga, a psicóloga Ana Paula de M. L. Fernandes que conseguiu um parto de princesa e me mostrou e incentivou nesse mundo!
Por que foi importante esta busca por profissionais?
- Médico especializado: uma pessoa com experiência (procurei relatos de mulheres que tiveram parto com estes profissionais), que respeitará minha vontade (refiro-me à minha vontade em sã consciência, que na hora do desespero da dor não irá me induzir a mudar de ideia), durante toda gestação e, principalmente, durante o trabalho de parto, irá mantendo-me informada do que esta acontecendo, e que esteja disposto a esperar o tempo do meu bebê nascer (seja com 38 ou com 42 semanas) e me acompanhar em todo processo do trabalho de parto, sem pressa. Mas acima de tudo isso que seja uma pessoa de sua confiança! Que mesmo que tenha conhecido na primeira consulta pré-natal, mas que tenha conquistado sua confiança. Por mais excepcional que seja o currículo do profissional, na hora do parto será um momento em que o que mais você precisa é estar rodeada de pessoas que lhe transmitam confiança para que em primeiro lugar esteja a vida do bebê e da mãe.
- A Doula: quando dizem que Doula é como uma parteira, eu diria que é como um anjo! No meu caso, foi a pessoa que me acompanhou durante minha gestação, viu meus exames, a evolução do bebê, da placenta, toda minha parte fisiológica, dias antes do parto soube trabalhar minha ansiedade e minha insegurança, orientou-me todo momento o que era contração de treinamento, o que era um início de trabalho de parto, como ajudar a evoluir, sabia que eu tenho um colo de útero difícil de trabalhar e me ajudou para que isso não fosse um impedimento, me ensinou e me treinou nas posições de parir (como fazer a força, onde apoiar os braços?), no dia que cheguei no hospital, assim que a vi me passou toda segurança o que fez até as dores das contrações aliviarem, durante o trabalho de parto no hospital cuidou para que eu estivesse bem para parir (providenciou aquecedores e campos quentinhos pois era o dia mais frio do ano, cuidou para que na sala de parto só estivesse ela, a minha médica , meu marido e eu para estar mais a vontade) e o que jamais esquecerei foi o ?feeling? de me ajudar a tirar da cabeça travas psicológicas durante o expulsivo (isso explicarei melhor quando postar sobre o parto).
No próximo post contarei como foi o dia que precedeu e o nascimento! Até lá!
