Crédito:http://www.publicdomainpictures.net/
Crédito:http://www.publicdomainpictures.net/| Foto:

Quando o assunto é a famosa “peta”, há controvérsias. Bem, não sou nenhuma profissional da área da saúde, muito menos uma estudiosa sobre os aspectos psicológicos do uso da chupeta, mas o que tenho para repartir é minha experiência recente.

Já na maternidade achei que teria que dar chupeta para meu filho, pois ele queria mamar de hora em hora, mas não sugava. Na verdade, tudo não passava de dificuldade com a amamentação, pois a pega estava errada. Chegando em casa, ofereci a chupeta que tinha, uma das mais simples que ganhei no chá de fraldas para uma brincadeira. Ele não quis e pensei que era por ser grande. Passado mais ou menos dois meses, começaram as famosas cólicas, e para aliviar tentei de novo a chupeta, mas desta vez outros modelos menores, próprios para a idade dele. Mas ele não pegava de primeira, porque berrava muito de cólica, mas eu ficava segurando a chupeta na boca dele e estimulando ele chupar massageando a bochecha, até que pegou. E pegou um modelo que uma amiga que mora no exterior me mandou (e nunca encontrei por aqui). Fiquei sabendo que lá fora, é dado esse tipo de chupeta para acalmar os bebês, e realmente o meu se acalmou. Até então a “peta” era minha melhor amiga, mesmo que meu filho só usasse para dormir, mas quando ele acordava de madrugada, era uma maravilha, pois era só coloca-la na boca dele que imediatamente voltava a dormir, sem se quer tirá-lo do berço.

Acontece que o tempo foi passando, passando, e ele não dormia mais sem ela, e ainda, tinha que ser AQUELA! Comprei outras próprias para idade dele, mas não funcionava. Quando ele fez um ano, um grande pediatra, amigo da família, nos explicou a importância de tirar a chupeta naquele momento para ajudar na formação da autonomia. Mas o problema nesse momento não era tanto meu filho, mas eu! Afinal para colocá-lo pra dormir era a coisa mais fácil do mundo! Era só deitá-lo no berço e colocar a bendita que ele dormia sozinho. Era mágico. Não perdia nem se quer 5 minutos para colocá-lo para dormir, a hora que fosse. Passado um mês, quando foi à dentista, a orientação que recebi foi de trocar por uma chupeta ortodôntica ou tirar de vez, pois com um ano e meio “minha grande amiga” iria começar a influenciar na formação da arcada dentária dele o que traria prejuízos futuros, principalmente em relação à fala. Aí achei que estava ficando sério o assunto. Pesquisei vários métodos na internet e em quase todos a principal dica era os pais estarem bem dispostos a isso e munidos de muita paciência, pois uma vez começado o processo não poderia voltar atrás.

Acontece que toda vez que me sentia preparada para o “dia D”, acontecia alguma coisa,  especialmente, meu filho ficava doente. Foram meses pós meses de inflamação de garganta, febre alta. Até que descobri que estava grávida (sim, estou grávida! Em breve contarei num post minha experiência também), e aí pensei, que teria que tirar o quanto antes, porque quanto mais o tempo passe, e ele entenda que esta chegando alguém para dividir tudo com ele, não queria que sofresse ainda mais com a separação da chupeta. E sabia que essa separação não seria fácil, na verdade acho que estava esperando pelo pior pois ele estava totalmente viciado. Um dia que saímos, esqueci de levar a bendita da chupeta, e meu filho estava morrendo de sono, lutando com o olho aberto e não se rendeu para dormir só porque estava sem seu vício, ficou super agitado, nervoso, anti-social, irritadíssimo que tive que ir embora do evento que estava. Foi um dia super estressante que me ajudou a convencer que tinha que tirar esse acessório de dormir.

Escolhi então uma semana que meu marido estava em casa para me ajudar com as acordadas noturnas e a acalmá-lo quando a paciência me faltasse. E dentre os métodos pesquisados que escolhi foi o de fazer um pequeno corte no bico da chupeta e dar para criança, que ela não sentiria mais a mesma sensação de antes. No final de um dia que meu pequeno estava bem cansado, mas dentro de sua rotina habitual, coloquei-o no berço, e ele começou a pedir a “pepe”, dei pra ele dizendo que tinha acontecido um problema, um ratinho tinha encontrado ela e feito um furinho. Ele colocou na boca, tirou, olhou pra chupeta, olhou pra mim e para meu marido com uma tremenda cara de decepção (quase morri nesse momento), e jogou-a fora do berço. Ele deitou, virava pra um lado, virava pro outro, ia no colo, voltava pro berço… mas em uma hora, dormiu. No dia seguinte em 20 minutos, dormiu. No terceiro dia ele terminou o mama, virou pro lado e dormiu! Bem, não foi tá fácil como parece. Ele começou a acordar muito a noite, e para fazê-lo voltar a dormir, tinha que pegar no colo, acalmar pra depois voltar para o berço. Ele dormia fazendo o movimento como se estivesse chupando, mordia o paninho dele… sinais de que estava realmente viciado, parecia que estava tendo crises de abstinência. Mas com muito carinho, dedicação, paciência, compreensão, os dias foram passando. Quando fazia uma semana sem chupeta, venho outra infecção de garganta, pensei que ele iria pedir ou dar mais trabalho para dormir. E para minha surpresa não! Continuou evoluindo para dormir sem, cada vez mais rápido, tanto depois do almoço como de noite. Fiz um teste e até dormir fora de casa conseguiu, mesmo não sendo seu berço.

Hoje completamos 15 dias sem a “pepe” e meu pequeno nem lembra dela! Tenho consciência que ela foi de grande utilidade no período das cólicas, mas também reconheço que forcei para ele pegar, muito provavelmente, se tivesse tentando outros meios para ajudar às cólicas, não teríamos passado agora pelo processo de separação, que não foi tão ruim como imaginava, mas teria-o poupado disso. E agora se você vai dar ou não para seu filho, é uma escolha sua, mas só aconselho uma coisa: não ofereça pensando só na sua comodidade como mãe e pai, pense na criança, nos benefícios e de como fará para tirar depois, afinal paternidade responsável é procurar fazer o melhor pelo nossos filhos mesmo que não seja fácil para nós.

Deixe sua opinião