Se por um lado os Estados Unidos estão flexibilizando algumas regras para vacinados, no Brasil a ideia é não abaixar a guarda neste momento.| Foto: Bigstock
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Com o avanço da vacinação no Brasil, quase 5 milhões de pessoas (apenas 2,2% da população totalmente vacinada, com as duas doses e após o tempo necessário) e mais 13 milhões (que receberam a primeira dose) podem ter alguma imunidade em relação ao novo coronavírus, além, é claro, daqueles que se recuperaram.

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Devido as muitas dúvidas sobre a imunização – quanto tempo duraria, se evitaria ou reduziria a transmissão e quadros, se conseguiria barrar as novas variantes – quem está vacinado também quer saber se estaria ou não liberado para determinadas atividades.

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Nos Estados Unidos, que vacinam com Moderna, Pfizer/BioNTech e Johnson & Johnson, segundo o Centers for Disease Control and Prevention (CDC), após vacinar-se totalmente as precauções devem ser mantidas como usar máscara, manter distância dos outros e evitar multidões e locais mal ventilados.

Entretanto, em começo de abril, o CDC publicou algumas atividades que poderiam começar a ser feitas por aqueles que foram totalmente vacinados, entre elas se reunirem dentro de casa com pessoas totalmente vacinadas, sem usar máscara e a 1,8 m de distância; poder ficar com pessoas não vacinadas de qualquer idade de outra família também sem máscaras e a 1,8 m de distância, a menos que alguma dessas pessoas tenha risco aumentado de grave doença de Covid-19; não precisar ficar longe de quem tem a doença e não ter de fazer o teste após esse contato, a menos que venha a desenvolver sintomas.

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Mas e no Brasil?

Em solo nacional, em que as vacinas são a Coronavac e a de Oxford, nenhum tipo de recomendação de flexibilização desse tipo foi dada pela Anvisa até o momento.

Por enquanto, somente o reforço das medidas restritivas, segundo a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm), que orienta para que, mesmo após ser totalmente vacinado, siga-se usando máscara e mantendo distância de outras pessoas.

“Nenhuma vacina é 100% eficaz e não sabemos se as disponíveis até agora são capazes de impedir a transmissão do vírus. Além disso, enquanto tivermos doses insuficientes para vacinar grande parte da população, sempre teremos pessoas vulneráveis e que poderão apresentar quadros graves da Covid-19”, diz a sociedade em seu site.

Sem adaptação

Segundo Monica Levi, diretora da SBIm, não se pode adaptar as indicações do CDC norte-americano para nossa realidade. “Os Estados Unidos estão usando, na maior parte da população, uma vacina com eficácia muito elevada (de RNAm), maior do que a que estamos usando aqui, e inclusive em idosos. Lá está havendo um decréscimo epidemiológico, mas mesmo quando se começa a controlar, a abertura após a vacinação em massa tem que ser gradual, não pode voltar tudo de uma vez. Como estamos em crescimento no números casos e óbitos, é uma temeridade qualquer adaptação daquelas orientações para o Brasil”, diz ela.

Segundo ela têm sido reportados alguns casos no mundo todo de profissionais de saúde vacinados que, mesmo assim, desenvolveram a forma grave da doença, por este motivo não dá para bater o martelo sobre imunidade.

“Está sendo discutido se apesar das vacinas os aspectos genéticos também têm influenciado em casos mais fulminantes, se a quantidade de anticorpos mensuráveis é suficiente para dizer que se está protegido ou não, e por quanto tempo”, diz ela. “Então, apesar dos benefícios que já estamos vendo na queda das infecções pela vacinação, a vacina não é passaporte para a liberdade”, finaliza.

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