Dados preliminares indicam que a eficácia da vacina de Oxford/Astrazeneca seria "mínima" contra variante da África do Sul
Dados preliminares indicam que a eficácia da vacina de Oxford/Astrazeneca seria “mínima” contra variante da África do Sul| Foto: Polina Tankilevitch / Pexels

Pesquisadores da África do Sul e do Reino Unido divulgaram informações preliminares de um estudo que avalia a ação da vacina da Universidade de Oxford / AstraZeneca contra a nova variante identificada na África do Sul. Nos resultados, o imunizante mostrou uma ação "substancialmente reduzida", quando comparada com a eficácia da vacina contra a cepa "original", contra casos leves e moderados da doença.

A análise ainda não foi revisada por outros pesquisadores, e nem publicada em revistas científicas, mas foi compartilhada pelos autores no site da Universidade de Witwatersrand, que conduziu o estudo.

Segundo eles, "(...) o regime de duas doses da vacina ChAdOxl nCoV-19 fornece proteção mínima contra a infecção leve a moderada da Covid-19, pela variante B.1.351, identificada primeiramente na África do Sul em meados de novembro de 2020".

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Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, o pesquisador Shabir Madhi disse que a eficácia do imunizante contra essa variante seria estimada em 10%. Um valor bem abaixo dos 74,6% de eficácia registrados contra a variante identificada no Reino Unido, de acordo com estudo publicado no início de fevereiro com a mesma vacina.

Sem dados para doença grave

A pesquisa sobre a variante sul-africana envolveu cerca de 2 mil voluntários, com uma média de idade de 31 anos, com pelo menos um sintoma da Covid-19 – este foi o parâmetro usado pelos autores para definir como doença leve.

Como não tiveram participantes com sintomas mais graves, a avaliação da vacina contra formas severas da Covid-19 causadas pela variante B.1.351 não pode ser feita. "Esses dados preliminares, que serão submetidos a revisão científica, parecem confirmar as observações teóricas de que mutações no vírus vistas na África do Sul permitirão a transmissão do vírus na população vacinada", destacam os autores.

Ainda de acordo com os pesquisadores, uma segunda geração da vacina está sendo desenvolvida na Universidade de Oxford e na AstraZeneca, para que seja adaptada às variantes. A expectativa é que ela esteja pronta até o final de 2021.

África do Sul suspende vacinação

Como resultado do estudo divulgado, a África do Sul decidiu por suspender a vacinação com o imunizante da Universidade de Oxford / AstraZeneca. A paralisação foi anunciada no domingo (07).

O governo sul-africano estava planejando aplicar a vacina em profissionais de saúde após adquirir um milhão de doses e, mesmo com a suspensão desta vacina específica, as autoridades de saúde afirmaram que a imunização vai iniciar ainda em fevereiro, com as vacinas da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, e da Pfizer/BioNTech.

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