Quando se trata de aumentar a família, homens também devem se atentar ao "relógio biológico".
Quando se trata de aumentar a família, homens também devem se atentar ao “relógio biológico”.| Foto: Bigstock

Quando se trata de aumentar a família, enquanto as mulheres são lembradas constantemente sobre seu “relógio biológico”, muitos homens – quase todos – não sentem as mesmas pressões. Na verdade, na grande maioria das vezes, aqueles que estão na faixa dos 20 anos nem pensam sobre o desejo e momento adequado para chegada dos filhos.

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Isso porque, muitos imaginam que têm todo o tempo do mundo. Exemplos excepcionais como Mick Jagger – que teve um filho aos 73 anos – são frequentemente citados para reforçar esse argumento. Mas, na realidade, há muitas coisas que os homens precisam ter em mente, quando se trata de sua fertilidade e formação de uma família.

Nas últimas décadas, em todo o mundo, boa parte dos jovens tem adiado a chegada dos filhos. Na Inglaterra e no País de Gales, por exemplo, os homens hoje se tornam pais aos 34 anos, enquanto, em meados dos anos 70, tinham filhos por volta dos 29 anos de idade.

Existem várias razões complexas para isso, seja por enfrentarem mais dificuldades para comprar um casa, viverem em um clima econômico incerto ou pelas mudanças na forma como se relacionam atualmente. Além disso, muitos permanecem mais tempo no ambiente acadêmico do que a geração anterior, iniciando uma busca pela carreira profissional com idade tardia e, por desejarem oferecer o melhor para os filhos, postergam essa decisão.

Contudo, enquanto algumas pessoas conseguem ter filhos com idade superior aos 30 anos com facilidade, outras podem ter dificuldades. Muitas vezes, há equívocos de que apenas as mulheres enfrentam dificuldades de fertilidade à medida que envelhecem, pois a idade também afeta a fertilidade de um homem, diminuindo a qualidade do esperma, reduzindo a fertilidade e aumentando a probabilidade de aborto e problemas de saúde nas crianças. Esses fatores são raramente comentado e, embora não sejam motivo para pânico, ainda devem ser observados, se você planeja esperar mais um pouco para ter filhos.

Melhorando suas chances

Então, o que você pode fazer para aumentar as chances quando quiser ter filhos? Há alguns fatores para se levar em conta.

O primeiro é o seu estilo de vida. Já foi comprovado, por meio de pesquisas, que muitos fatores de estilo de vida diferentes podem afetar a fertilidade de um homem. Assim, evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, além de ter uma dieta e IMC saudáveis, é importante para o esperma saudável e para a fertilidade. Por isso, homens (e mulheres) devem ser encorajados desde a adolescência a pensar sobre essas coisas – e outras, como evitar roupas íntimas apertadas, drogas e esteroides.

Outra questão fundamental é a idade. Embora muitas pessoas acreditem que os homens podem continuar tendo filhos até a velhice, as evidências cientificas mostram que pode não ser necessariamente verdade – e pode trazer riscos, inclusive para as crianças. Por isso é importante que os mais jovens comecem a pensar “se”, “quando” e “em que circunstâncias” podem querer ter filhos, e construam essas ideias na forma de planejarem sua vida.

Uma das principais razões pelas quais homens e mulheres não podem ter filhos no momento ideal para isso – e o porquê alguns permanecem sem filhos, mesmo que os quisessem – é ser solteiro. Contudo, ao iniciar um namoro e aprofundar o relacionamento é importante manter a paternidade em mente. Afinal, ficar com a pessoa errada por muito tempo pode diminuir suas chances de encontrar a companheira para ter filhos no futuro.

E ainda que encontre a pessoa ideal, é importante lembrar que a fertilidade não depende apenas de uma pessoa. Se você tem um parceiro, pode ser importante considerar as idades e fertilidade, já que a de uma mulher diminui mais rapidamente do que a de um homem. Portanto, ter conversas francas e honestas sobre “se” e “quando” vocês dois gostariam de se tornar pais podem ajudá-lo a evitar futuras discussões e decepções.

*Caroline Law é pesquisadora sênior da Universidade De Montfort

©2022 The Conversation. Publicado com permissão. Original em inglês.

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