A frequência com que o intestino funciona varia com a idade e mudanças na alimentação, mas a prisão de ventre sempre tem explicação.| Foto: Laura Garcia/Pexels
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Não é comum, mas às vezes acontece: um bebê pode ficar até 10 dias sem fazer cocô. Só que um caso desse normalmente é motivo de desespero para os pais, porque na maior parte das vezes a criança fica irritada, chora e sente dor. A frequência com que o intestino funciona varia de acordo com a idade e com as mudanças na alimentação, mas a prisão de ventre sempre tem uma explicação.

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Tatiane Ribeiro, mãe do Samuel, de 6 meses, passou por essa angústia. “Eu e meu marido chorávamos porque ele sofria muito”, conta. Com 2 meses o filho começou a ter problema, chegou a ficar 10 dias com prisão de ventre. A pediatra orientou Tatiane a fazer massagens, movimentado as perninhas do filho e dar água de ameixa para ajudar a fazer o intestino dele funcionar. Duas ou três vezes na semana o Samuel tomava a água e só assim foi melhorando.

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Fórmulas podem ressecar

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O leite materno dificilmente causa constipação intestinal, explica a médica Cristina Cardozo. Quando a alimentação é complementada com fórmulas é que é mais comum ocorrer ressecamento. Era bem o caso do Samuel. A dra. Cristina ensina que quando o bebê é recém-nascido, primeiro os pais precisam ter certeza de que em algum momento o intestino dele funcionou. Começar a eliminar o mecônio, que são as fezes produzidas ao longo do período intrauterino, deve acontecer nas primeiras horas de vida.

Quando tudo ocorre normalmente é comum o bebê fazer cocô toda vez que mamar. Se a criança está sofrendo muito e não consegue evacuar, o ideal é procurar o pediatra. Se a barriga estiver distendida, inchada, são pedidos exames complementares, esclarece a médica. Os casos mais graves são tratados com medicamentos e pode até ser indicada uma cirurgia.

Alimentação materna

A alimentação da mãe também pode interferir diretamente no funcionamento do intestino do filho que só mama no peito. Leite de vaca por exemplo, é pesado, por isso não é indicado nunca para o bebê. Em alguns casos a mãe precisa cortar o consumo para que o filho não sofra com cólicas.

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Fibras e água

Em bebês maiores, quando tem início a introdução alimentar, o ideal é já incentivar o consumo de água. “Não é chá, água de coco ou suco. Tem que ser água”, alerta Cristina. As fibras também auxiliam na prevenção da prisão de ventre, por isso frutas são ideais nessa fase. Mas atenção porque goiaba, caju e jabuticaba, por exemplo, prendem o intestino. Já o mamão, a laranja, a ameixa e vegetais como brócolis e palmito têm efeitos laxativos.

No caso do Samuel a água de ameixa já não é mais necessária porque hoje ele já está comendo frutas, uma dieta rica em fibras. Hoje é mais difícil ele ter problema, para alívio da mãe. “É muito bom ver que ele não está mais sofrendo como antes. Até para adulto é ruim, imagina para o bebezinho”, afirma Tatiane.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]

Desfralde e constipação

Quando inicia o desfralde a criança pode passar por um processo de constipação. “Elas podem ficar com medo de fazer cocô na calça e acabam segurando muito”, diz a médica. A orientação, em casos assim, é tentar criar uma rotina. Sempre que tomar café da manhã ou almoçar, por exemplo, levar o filho ao banheiro. Colocar um apoio no pé para que ele sente confortavelmente também ajuda, indica Cristina, que conclui: “Desenvolver brincadeiras que aumentam a pressão abdominal como encher uma bexiga deixa essa tarefa mais lúdica e agradável para a criança”.