Sintomas como os cardiorrespiratórios envolvem risco de trombose, como falta de ar, batedeira ou dores em membros.| Foto: Unsplash
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Após o nascimento do bebê, os olhos da família não devem se voltar apenas ao recém-nascido. É preciso observar a saúde da mãe no chamado puerpério, com foco especial nas seis semanas seguintes, que englobam este período, e até o fim do primeiro ano após o parto.  

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Ainda no hospital, o foco é na hemorragia pós-parto, que pode ocorrer logo após o nascimento do bebê, segundo a ginecologista e obstetra Mariana Drechmer Romanowski, do Hospital Santa Cruz. Os sintomas desta que é a principal causa de morte materna no Brasil são sangramento, hipotensão e perda de consciência, mas a condição pode ser evitada, segundo a médica, com o manejo ativo do terceiro período (injeção de ocitocina intramuscular após o clampeamento do cordão, por exemplo). “Os médicos estão atentos a sinais de sangramento excessivo e há uma sequência de passos que são feitos para restabelecer esse útero, para que ele se contraia de maneira adequada no pós-parto”, diz ela.

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Fora do hospital

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Além dos desafios da amamentação, da privação de sono e das transformações na dinâmica familiar, há algumas condições ou mudanças fisiológicas que se seguem que tornam as mulheres mais frágeis nessa época, entre elas o retorno do organismo a suas condições pré-gravidez, como explica Roseli Nomura, membro da Comissão Nacional Especializada em assistência ao abortamento, parto e puerpério da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). “Com a volta dos sistemas e órgãos genitais ginecológicos, útero e ovários, ao tamanho normal, pode ocorrer sangramento progressivo na quarentena”, diz.

O sangramento vaginal é esperado nas primeiras semanas após o parto, mas quando intenso ou acompanhado de dor abdominal, tontura ou desmaio, indica necessidade de assistência médica.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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Trombose

Logo nas primeiras semanas, a família deve se atentar para complicações que remetam a infecções como dor, mal-estar e calafrios. "Há ainda sintomas menos frequentes como os cardiorrespiratórios, que envolvem risco de trombose, como falta de ar, batedeira ou dores em membros”, diz Roseli.
“Sangramento excessivo, febre, inchaço em um só membro ou dificuldade para respirar merecem atenção”, diz Mariana.

A trombose é grave e mais frequente em quem teve trombose prévia, tem história familiar da doença, tem hipertensão arterial mais grave ou é obeso mórbido. “Essas mulheres necessitam de acompanhamento clínico específico”, diz Roseli.

O tromboembolismo pulmonar geralmente aparece como uma falta de ar súbita e grave, que exige atendimento imediato. “O organismo de gestantes e puérperas exige um estado pró-trombótico para interromper o sangramento importante que ocorre após o nascimento do bebê e a saída da placenta. O útero precisa voltar ao seu volume original e ter substâncias pró-trombóticas circulantes é necessário, ainda que perigoso, nesta fase”, diz Mariana.

Durante a gravidez

Apesar de rara, a morte da mãe no pós-parto pode ser considerada evitável caso haja uma doença pré-existente negligenciada. “Os médicos devem ficar atentos a doenças que aumentam o risco de complicações e de morte, como hipertensão arterial, diabete e problemas cardíacos”, diz Roseli. “Um bom diagnóstico, pré-natal e acompanhamento previne problemas, a depender da gravidade da doença”, fala.
Fatores ligados a pré-eclâmpsia, segunda causa de morte materna no Brasil, também podem ser verificados durante a gestação, como o aumento da pressão arterial e inchaços, sinais aos quais a família deve ficar atenta no pós-parto.