OMS alerta para impacto da Covid-19 nos avanços da saúde no mundo
OMS alerta para impacto da Covid-19 nos avanços da saúde no mundo| Foto: Bigstock

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou nessa quarta-feira (13) uma notícia boa e outra ruim. Embora os dados do relatório anual sobre a saúde em diferentes países do mundo tenham mostrado um aumento importante nos indicadores de saúde nos últimos anos, a pandemia da Covid-19 pode prejudicar esse avanço.

"A boa notícia é que as pessoas ao redor do mundo estão vivendo mais e de forma mais saudável. A notícia ruim é que a taxa de progresso está lenta para atingir os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, e será desviada ainda mais por conta da Covid-19", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, em comunicado divulgado pela entidade no site.

Expectativa de vida crescente versus Covid-19

Um dos maiores ganhos, de acordo com as informações da OMS, foi identificado em países emergentes, que viram a expectativa de vida crescer 21%. Isso representa 11 anos, entre os anos de 2000 e 2016. Entre os países desenvolvidos, esse crescimento foi de 4%, ou três anos na média.

Para a entidade, a melhora no acesso a serviços de prevenção e tratamento de doenças como HIV, malária e tuberculose foi um dos motivos para os dados mais positivos. Outro foi uma atenção maior aos cuidados de saúde de mães e filhos. Entre 2000 e 2018, a OMS registrou uma queda pela metade na mortalidade infantil.

Por outro lado, em outras áreas, não houve mudança significativa. Na imunização, por exemplo, a entidade alerta que a cobertura vacinal cresceu pouco nos últimos anos, e há o receio de que ganhos sejam revertidos. O sarampo, por exemplo, foi uma doença que ressurgiu, inclusive no Brasil, devido à redução na vacinação. Como a vacina que protege contra o sarampo também atua contra a rubéola e a caxumba, essas são doenças que também arriscariam voltar.

A OMS lembra ainda que o tratamento e a prevenção de doenças não-transmissíveis, como câncer, diabetes e problemas no coração e nos pulmões, também sofreram redução. Dados da entidade ilustram que, em 2016, 71% de todas as mortes no mundo foram causadas por doenças como as citadas.

A esse cenário, soma-se o esforço para o combate da Covid-19, o que levou ao fechamento ou restrição de acesso a locais de saúde, além do medo de as pessoas buscarem ajuda nos momentos certos. "A pandemia da Covid-19 destaca a necessidade proteger pessoas das emergências médicas, assim como promover uma cobertura de saúde universal, e manter a população o mais saudável por meio de uma higiene básica e sanitária, para que não precise dos serviços de saúde", explica Samira Asma, assistente do diretor-geral da OMS, em comunicado no site.

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