gordura marrom
Gordura marrom pode estar por trás de processo que leva à perda de peso mais rápida.| Foto: Bigstock

Uma proteína secretada pelo tecido adiposo marrom e que se comunica com o fígado pode favorecer a perda de peso e melhorar o controle da glicose e dos lipídios em circulação, abrindo a possibilidade para novos tratamentos para obesidade e diabete tipo 2.

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Este é o resultado de uma pesquisa feita no pós-doutorado do educador físico Carlos Henrique Sponton, apoiado pela Fapesp e feito na Universidade da Califórnia, em São Francisco (EUA), que foi capa da última edição do periódico Embo Reports. As informações são da Agência Fapesp.

Como este tecido é termogênico, ele aumentaria o gasto de energia, facilitando a perda de peso, além de liberar moléculas com papel regulatório no organismo, com ação semelhante a hormônios, chamadas batoquinas.

Após uma série de testes, uma proteína, conhecida como PLTP (sigla em inglês para proteína de transferência de fosfolipídios), chamou a atenção dos pesquisadores. O aumento de seus níveis de circulação no organismo de camundongos resultou na secreção de ácidos biliares, que pareceram estimular o funcionamento do tecido adiposo marrom. “Ele passa a gerar mais calor e, portanto, captar mais glicose para ter energia para a termogênese”, aponta Sponton.

O mecanismo de comunicação entre o tecido adiposo marrom e o fígado por meio da PLTP levou ao aumento do gasto energético e, consequentemente, à perda de peso e à redução de gordura corporal nos roedores estudados.

Além disso, eles passaram a ter um controle mais fino dos níveis de glicose sanguínea e de lipídios circulantes, como o colesterol e outros menos conhecidos, como os esfingolipídeos e fosfolipídeos.

Para o futuro

Se os resultados continuarem animadores, a expectativa é que a PLTP possa tratar doenças onde o metabolismo lipídico, da glicose ou o peso estão alterados, como é o caso da síndrome metabólica, do diabetes tipo 2 ou da obesidade. “O estudo foi um primeiro passo, onde pudemos conhecer um pouco mais da função da proteína, agora vamos trazer para o contexto fisiológico, ou seja, discutir as possíveis aplicações em humanos”, diz Sponton.

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