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Um júri da Califórnia, nos Estados Unidos, obrigou a Johnson & Johnson a pagar 417 milhões de dólares a uma mulher com câncer de ovário que está em estágio terminal. Segundo ela, a doença está relacionada ao fato de ter usado por mais de 40 anos o talco de bebê produzido pela companhia. A decisão, tomada no último dia 21 de agosto, corresponde à quarta vez em que um júri obriga a Johnson & Johnson a indenizar consumidores diagnosticados com câncer, segundo o jornal The New York Times.

A companhia, porém, diz que vai recorrer da decisão, afirmando que “a ciência garante a segurança” do produto. Enquanto isso, os talcos continuam nas prateleiras das farmácias e milhares de casos que relacionam o câncer com o uso do produto estão nas escrivaninhas de advogados e juízes.

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Um estudo conduzido por pesquisadores dos departamentos de ginecologia, obstetrícia e patologia do Brigham and Women’s Hospital, de Boston, concluiu que há o risco de desenvolver câncer de ovário após o uso prolongado do talco. Já outro estudo, da Universidade de Massachussetts Amherst, não viu nenhuma relação.

A própria Johnson & Johnson mantém um site dedicado a esclarecer os consumidores sobre as propriedades do talco e advogar pela segurança do seu uso. Ali, a companhia cita três estudos que não mostraram associação entre o câncer de ovário e o uso prolongado de talco.

“Na medicina costumamos dizer que associação não prova causa. Então, até que mais informações venham à luz, recomendo que os pacientes sejam cautelosos”, disse à CBS o médico Anthony Picket, do Dignity Health California Hospital.

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A American Cancer Society diz que não há provas de que o icônico produto possa causar câncer. Testes com animais mostraram resultados variados. Segundo a organização, a pesquisa sugere que pode haver aumento no risco de desenvolvimento de câncer de ovário, mas há “pouca evidência” de que haja uma relação entre o uso de talco e outros tipos de câncer.

O talco é um mineral que contém naturalmente em sua origem certa quantidade de amianto. Desde a década de 1970, todos os produtos vendidos nos Estados Unidos devem ser livres de amianto – Echeverria, porém, usa talco desde os anos 1950, época em que é possível que o produto da Johnson & Johnson contivesse amianto.

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Mesmo sem amianto, alguns pesquisadores acreditam que usar talco na região genital pode apresentar risco de câncer porque as partículas do pó podem se alojar dentro do corpo e causar inflamações. Segundo a American Cancer Society, trabalhadores que atuam na mineração de talco podem desenvolver câncer de pulmão se inalarem partículas do minério.

No caso julgado na última semana, Eva Echeverria, de 63 anos, disse à corte que desenvolveu o câncer por ter usado talco na região perineal desde os 11 anos de idade. Echeverria, que estava muito doente para se fazer presente, falou ao júri por vídeo. Ela e outras pessoas que processam a Johnson & Johnson dizem que a companhia sabe da “natureza defeituosa e injustificadamente perigosa do talco”, mas continua a “coagir as mulheres através da propaganda a usar o produto para mascarar odores”.

 

Com informações do Deseret News.

 

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