Se a má deglutição for constatada, é possível trabalhar com fonoaudiólogo para adaptar funcionalidade, volumes e evitar complicações
Problemas na deglutição podem levar a pneumonias, responsáveis por até metade das mortes dos idosos.| Foto: Bigstock

Entre algumas das mudanças no corpo com o passar do tempo, uma das mais perigosas para o idoso é a piora na deglutição, a capacidade de engolir.

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A pneumonia aspirativa, uma das consequências dessa condição, é responsável por até metade das mortes de idosos no mundo. A disfagia altera o trajeto natural do alimento, líquido e até a própria saliva que, em vez de seguir da boca ao estômago, é desviado aos pulmões.

Entre os prejuízos causados pela má deglutição estão a desnutrição, desidratação e pneumonia aspirativa, responsável por 50% das mortes em idosos. Sintomas como tosse, engasgo, aumento no tempo de refeição, deixar de comer algo devido a consistência são sinais de alerta para diagnóstico precoce da disfagia, pois não fazem parte do envelhecimento saudável.

A fonoaudióloga Larissa Wardenski, do Hospital São Vicente Curitiba, diz que outros sintomas comuns são: o “escape” da boca de saliva e alimentos, dificuldade na mastigação, pigarro ao se alimentar, sensação de alimento parado na garganta e perda de peso.

Larissa explica que certas condições tornam a disfagia mais frequente, como doenças neurológicas (AVC), neurodegenerativas (Alzheimer, Parkinson ou Esclerose Lateral Amiotrófica), e no câncer de cabeça e pescoço. “Esse sintoma pode ocorrer ainda em internados na UTI após passarem por intubação orotraqueal ou traqueostomia”, diz.

Reabilitar a deglutição é preciso

No idoso, a disfagia pode ter muitas causas, diz Luciane Soares, presidente do departamento de gerontologia da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. “Porém, é possível estabilizá-las, trabalhando a consistência e volume do alimento e fazendo exercícios para ganhar força e mobilidade, melhorando a coordenação, gerando uma deglutição mais segura.”

Ter uma equipe multidisciplinar é fundamental, e o fonoaudiólogo tem papel especial nessa reabilitação. “O tratamento envolve ainda o uso de utensílios facilitadores, posicionamentos durante a alimentação, posturas e manobras que auxiliem a deglutição, além de exercícios de mobilidade, tonicidade e de sensibilidade oral”, detalha a fonoaudióloga Larissa Wardenski.

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