Até o início de dezembro, apenas um caso havia sido confirmado de reinfecção pela Covid-19 no país| Foto: Bigstock
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Há, em todo o Brasil, 58 casos suspeitos de reinfecção pela Covid-19 que estão sendo investigados pelo Ministério da Saúde, de acordo com dados da Agência Brasil. Na última semana, o primeiro caso confirmado de reinfecção pela doença foi comunicado pela pasta.

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Trata-se de uma profissional da saúde, de 37 anos, que mora em Natal, no Rio Grande do Norte, e trabalha no estado da Paraíba. Este é, até o momento, o único caso confirmado no país.

Em comunicado, o Ministério afirma que a profissional havia se infectado pela primeira vez em junho. Na segunda vez, em outubro. A reinfecção foi confirmada por análise genética, que mostrou se tratar de duas linhagens diferentes do novo coronavírus.

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Casos suspeitos

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Os 58 casos ainda suspeitos de reinfecção pela Covid-19 estão distribuídos em nove estados do país. De acordo com levantamento do serviço de notícias BNO News, dos Estados Unidos, em todo o mundo há 1.713 casos suspeitos de reinfecção e, até o momento, 28 confirmados – inclusive a paciente brasileira.

Apesar do número alto de suspeitos, a confirmação oficial depende de uma análise das duas amostras dos vírus que infectaram o paciente. E, devido às dificuldades de testagem, especialmente no início da pandemia, essas amostras das primeiras infecções nem sempre estão disponíveis.

De acordo com informações da médica infectologista Eliana Bicudo, para a Agência Brasil, além das mutações comuns aos vírus, outro fator influencia a reinfecção, que é o tempo que o organismo permanece produzindo anticorpos, que não parece ser muito longo.

Cuidados continuam

A orientação da pasta de Saúde e das secretarias estaduais é que, mesmo que já tenha sido infectado uma vez pelo novo coronavírus, mantenha todas as medidas de prevenção, como:

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  • Uso da máscara de forma adequada, protegendo nariz e boca;
  • Higienização adequada das mãos com água e sabão ou álcool em gel;
  • Distanciamento de, pelo menos, dois metros de outras pessoas;
  • Evitar a aglomeração, principalmente em ambientes fechados.

Reinfecções: o que já se sabe?

Ainda são poucas as informações com relação às reinfecções, e o impacto total delas, mas muitas dúvidas. Por exemplo: o número total de casos suspeitos pode não englobar o número total de reinfectados, mas apenas os sintomáticos.

"O caso de Hong Kong [primeiro reinfectado confirmado no mundo] só foi documentado porque a pessoa, que estava sem sintomas, passou por um screening [triagem] no aeroporto. Quantas pessoas podem ter sido assintomáticas em um segundo momento, e quantas fizeram a recoleta do material? Isso é um fato. Podem ter havido mais casos, sem serem coletados e confirmados", explica Nancy Bellei, infectologista, professora de Infectologia da Universidade Federal de São Paulo, em entrevista ao Sempre Família, que foi publicada no início de outubro.

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Outra questão que permanece em aberto é: as reinfecções serão casos raros, de fato? Por mais que os reinfectados confirmados sejam poucos até o momento, talvez ainda não tenhamos tido tempo suficiente para ter essa resposta. "Talvez isso ocorra com seis, oito meses, um ano, dois ou três. Pode não ter dado tempo ainda [de os reinfectados aparecerem]", explica a especialista.

Fato é que, reinfecções virais, especialmente aquelas que atingem o sistema respiratório, não são incomuns. "Reinfecção por vírus respiratório é algo esperado, relativamente frequente, e é possível que aconteça com esse vírus, sem que isso determine uma preocupação no sentido de ser uma doença mais grave", afirma Nancy.

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