Pacientes que passam por tratamentos oncológicos precisam redobrar os cuidados com a pele.
Pacientes que passam por tratamentos oncológicos precisam redobrar os cuidados com a pele.| Foto: Bigstock

Quimioterapia e radioterapia são tratamentos bastante comuns a pacientes diagnosticados com alguma neoplasia. A combinação medicamentosa e a radiação são eficazes para muitos casos de câncer e ajudam a salvar vidas.

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Entretanto, o combate à doença inclui, também, preparo emocional e cuidados paliativos para lidar, entre outras coisas, com os efeitos colaterais, que podem causar incômodo e desconforto.

A oncologista clínica Raquel Cristina Skrsypcsak Andrade, credenciada à rede GNDI, explica que pacientes que passam por tratamentos oncológicos precisam redobrar os cuidados com a pele. “A quimioterapia induz uma sensibilidade da pele à luz do sol e à luz branca. Se não usar filtro solar duas vezes ao dia os pacientes podem desenvolver manchas na pele. Se não usar filtro e for à praia, pode ter queimadura grave”, afirma ela.

Nesses casos o filtro solar com fator de proteção 50 é o mínimo que a médica recomenda. Porém, cada caso deve ser analisado individualmente. A radioterapia, por exemplo, de acordo com Raquel, é localizada. Há hiperpigmentação da pele, uma vermelhidão, e o local deve ser protegido de luz do sol, mas o filtro solar é proibido.

Hidratantes corporais com cheiros intensos também devem ser evitados, dando-se preferência a produtos hipoalergênicos, porque não irritam a pele. “Dentro de cada tratamento há uma indicação específica”, destaca a médica. A aposentada Bernadete de Lima, em fase final do tratamento de um câncer de mama, usa produtos específicos, indicados para ela, que aliviaram a sensação de ressecamento da pele.

“A sola do pé ficou fina e a pele muito ressecada mesmo”, conta. E esse não foi o único efeito que sentiu. O inchaço provocado pelos medicamentos diminuiu bastante com sessões de drenagem linfática. “Entre um tratamento e outro você fica meio mal. A drenagem deu uma sensação boa, de relaxamento”, diz Bernadete.

O médico deve acompanhar cada passo do paciente ao longo do tratamento. Por isso a aposentada procurou uma clínica especializada no atendimento de pacientes oncológicos. Esse é justamente o trabalho da fisioterapeuta Mariana Ribeiro, gestora de um espaço que oferece tratamentos estéticos que ajudam a proporcionar bem-estar a quem sofre os efeitos colaterais como os enfrentados pela Bernadete.

“Além de terapias de melhora da barreira cutânea para reduzir a coceira e a ardência, terapias complementares ajudam a aliviar a dor, acupuntura, reflexologia, escalda pés”, cita a fisioterapeuta. Ela também ressalta que banhos terapêuticos e aromaterapia podem ajudar a proporcionar um relaxamento antes das sessões.

Esses cuidados fazem bem tanto para o organismo quanto para a mente do paciente. Mulheres que passam por mastectomia, a cirurgia de retirada da mama, podem recuperar o ânimo e a autoestima com micropigmentação, por exemplo. “A reconstrução areolar com micropigmentação devolve a feminilidade da mama da mulher”, conta Mariana.

O procedimento, claro, deve ser autorizado pelo médico. Raquel orienta as pacientes a aguardarem seis meses depois da última sessão de quimioterapia, mas reconhece os benefícios de manter a autoestima elevada também nessa fase. “A gente, como profissional da área de saúde, tem que incentivar. Não é só o tratamento. Tem que se cuidar também, se sentir bonita”, conclui.

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