A orientação foi divulgada pelo Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
| Foto: Anna Shvets/Pexels

Pelo menos 40 cidades brasileiras – como Curitiba, Belo Horizonte e Salvador – anunciaram nas últimas semanas que o uso de máscaras será obrigatório em vias públicas e locais fechados, a fim de evitar o avanço do novo coronavírus. No entanto, crianças de até dois anos, pessoas inconscientes, com doenças motoras e aquelas com insuficiência respiratória grave não devem seguir essa regra.

A recomendação está sendo divulgada mundialmente desde que o Centro Norte-Americano de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) informou em seu site que indivíduos nessas condições não conseguem usar o equipamento corretamente e, por isso, precisam intensificar outras estratégias de prevenção em vez de usar as coberturas faciais de pano, por segurança.

“Quem tem dificuldade motora, por exemplo, pode apresentar alguma obstrução das vias aéreas e não conseguir retirar a máscara, assim como bebês”, explica o médico Fábio Gaudenzi de Faria, presidente da Sociedade Catarinense de Infectologia. Além disso, ele informa que as crianças com menos de 2 anos também costumam tocar frequentemente no rosto e isso pode favorecer a transmissão do vírus, caso a parte externa do tecido esteja contaminada com secreções.

Já no caso de pacientes com insuficiência respiratória grave causada por edema agudo de pulmão, por exemplo, o uso da proteção facial pode dificultar a ação de respirar, fazendo com que a pessoa sinta extremo desconforto. “Portanto, esses indivíduos e as crianças pequenas devem intensificar outras medidas de prevenção”, aponta o médico, ao citar a higiene das mãos, uso do álcool em gel frequente e limpeza do rosto com lenços umedecidos para diminuir a presença de partículas virais na pele”.

“Esses indivíduos e as crianças pequenas devem intensificar outras medidas de prevenção”

Vale ressaltar ainda que problemas respiratórios graves não incluem doenças como bronquite, asma, rinite ou sinusite, e que portadores dessas enfermidades devem usar a máscara normalmente ao frequentarem locais públicos ou espaços fechados. “Lembrando, claro, que essas pessoas só devem sair de casa em situação de extrema necessidade”, orienta Faria.

Por que todos devem usar máscara?

Mesmo que o indivíduo não apresente febre ou outros sinais de gripe e resfriado, a indicação atualmente é que também proteja seu rosto com a máscara ao sair de casa, pois ele ou outras pessoas sem sintomas da Covid-19 podem estar infectadas e transmitir o vírus às demais.

“À medida que a pandemia evoluiu, foi comprovado que a transmissão ocorre com pacientes assintomáticos. Então, vários países – como China, Coreia do Sul, Israel, Equador e Argentina –começaram a adotar o uso geral da máscara para evitar a disseminação”, explica o infectologista.

No entanto, ainda que o equipamento caseiro preparado de acordo com as especificações do Ministério da Saúde cubra corretamente nariz e boca, ele evitará apenas a transmissão do Sars-Cov-2, e não o contágio. Por isso, distanciamento social e cuidados com a higiene continuam fundamentais para evitar a propagação da doença.

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