Resultados das fase 1/2 foram divulgados e demonstram que a Coronavac é segura e capaz de induzir uma resposta em crianças
Resultados das fase 1/2 foram divulgados e demonstram que a Coronavac é segura e capaz de induzir uma resposta em crianças| Foto: Bigstock

Pesquisadores do laboratório chinês Sinovac divulgaram dados que demonstram segurança e capacidade de a vacina Coronavac em gerar uma resposta do sistema imune entre crianças e adolescentes dos três aos 17 anos de idade. Os resultados foram publicados nesta segunda-feira (28) na revista científica The Lancet.

No estudo clínico de fase 1 e 2, que envolveu um total de 552 participantes, as crianças foram divididas de acordo com faixas etárias, e em dois grandes grupos: um que recebeu a vacina em teste, e outro que recebeu apenas uma substância adjuvante. As doses foram aplicadas em um intervalo de 28 dias.

Os pesquisadores também avaliaram duas dosagens diferentes: 1,5μg (micrograma) e 3,0μg. Nos resultados da fase 1, todos os participantes — de qualquer uma das dosagens — apresentaram uma soroconversão, ou a produção de anticorpos neutralizantes.

Na fase 2, 96,8% dos participantes que receberam 1,5μg tiveram soroconversão, enquanto que 100% do grupo de 3,0μg apresentaram a mesma resposta. Não foi detectada nenhuma resposta de anticorpos no grupo que recebeu apenas a substância adjuvante.

O estudo não avaliou a eficácia da Coronavac entre as crianças e adolescentes, mas sim a capacidade de produzir uma reação do sistema imune e a segurança. A fase 3 do estudo clínico será responsável por essa avaliação, e já está em andamento.

Efeitos adversos registrados

Dos participantes que receberam 1,5μg, 26% apresentaram reações dentro do período de 28 dias após a aplicação. No grupo que recebeu 3,0μg, 29% tiveram reações. E 24% das crianças e adolescentes que receberam apenas um adjuvante registraram reações.

De acordo com os pesquisadores, a maioria das reações estava entre sintomas leves a moderados. A principal reação descrita foi dor no local da aplicação (13% de todos os participantes).

Apenas uma reação grave foi identificada, no dia 12 de junho de 2021. Pneumonia foi diagnosticada em um dos participantes que estava no grupo que recebeu o adjuvante, e não a vacina. Por isso, não foi considerada uma reação ao imunizante.

Aprovação da Coronavac

Segundo a Agência Brasil, o uso emergencial da Coronavac em crianças a partir dos 3 anos já está autorizado na China desde o dia 4 de junho. No Brasil, o Instituto Butantan enviou a documentação à Anvisa solicitando a liberação da Coronavac para a mesma faixa etária, e aguarda a resposta.

Por aqui, apenas a vacina da Pfizer/BioNTech possui autorização da agência regulatória brasileira para vacinar adolescentes a partir dos 12 anos de idade. Para que esse público seja atendido pela campanha de vacinação, porém, deve esperar que as demais faixas etárias sejam imunizadas antes.

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