| Foto: Antônio Américo/Sesa
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Com o crescimento exponencial da pandemia de coronavírus no Brasil, aumenta também a busca por testes que possam dar um diagnóstico preciso e orientar decisões posteriores de médicos e pacientes com relação ao tratamento e isolamento.

Atualmente, somente casos com sintomas graves – febre alta e dificuldade de respirar – e de internamento são testados para a Covid-19, segundo orientação do Ministério da Saúde. São prioritários para o teste os profissionais mais expostos à transmissão como médicos, enfermeiros, agentes de segurança pública – policiais e bombeiros – e indivíduos que dividam residência com pessoas desses grupos, caso estejam sintomáticas.

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Uma estimativa do próprio Ministério da Saúde, baseada em informações de outros países que estão em estágios mais avançados de enfrentamento da pandemia, aponta que 15% dos profissionais dessas áreas serão contaminados pela Covid-19. Contando-se com residentes sob o mesmo teto, no Brasil esse grupo corresponderia a cerca de 2 milhões de pessoas, que deverão, em tese, realizar ao menos um teste contra a doença.

A orientação é para que estados e municípios identifiquem esses grupos dentro de suas regiões e os testes sejam aplicados de forma progressiva, na medida em que forem disponibilizados novos carregamentos.

A ampliação da testagem para outros grupos irá depender muito da dinâmica da pandemia no país e da capacidade operacional dos serviços de saúde, conforme aquisições e doações de testes.

Quais são os tipos

O Ministério da Saúde trabalha atualmente com dois tipos de exames. Os testes moleculares, ou PCR (Polymerase Chain Reaction), que amplificam as sequências de RNA do vírus, possibilitando assim sua identificação e os testes rápidos sorológicos, que identificam a presença de anticorpos no sangue.

Os testes moleculares são os mais confiáveis, segundo especialistas, porém, os resultados são mais demorados e podem levar mais de 48 horas para ficarem prontos, em virtude da necessidade de estrutura física especializada e de equipe técnica qualificada. Nesse caso, é coletada uma amostra de secreção do nariz e da garganta do paciente que, em seguida, é encaminhada para o laboratório onde será realizada a busca pelo material genético do vírus. Sua utilização é recomendada para o período inicial da contaminação, entre o primeiro e o oitavo dia do aparecimento dos sintomas.

Já os testes rápidos sorológicos atuam na identificação de anticorpos IgM e IgG e estão tendo sua utilização ampliada no Brasil. Os kits utilizam amostras de sangue do paciente e o resultado sai em até 20 minutos. A grande limitação desses exames é que, dependendo da fase da infecção causada pela Covid-19, os resultados podem apresentar um falso negativo. O ideal é que sejam realizados oito dias após o aparecimento dos primeiros sintomas, quando o corpo já começou a desenvolver anticorpos, e a orientação é de que eles não sejam usados como única fonte para um diagnóstico preciso.

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, por exemplo, também utiliza os testes RT-PCR que são realizados a partir da amostra de secreção respiratória do paciente. Já os testes rápidos enviados pelo Ministério da Saúde ainda não estão sendo utilizados no Paraná. Um lote com 25 mil unidades está em processo de liberação para que o órgão encaminhe para as Regionais de Saúde, que entregam aos municípios. Já com relação à confiabilidade desse tipo de exame, a Secretaria Estadual da Saúde afirma que os materiais foram aprovados pelo Ministério da Saúde. “O Paraná analisa testes de diferentes fornecedores e já descartou ao menos uma dezena de propostas de produtos ofertados com qualidade não aprovada”, afirmou a Sesa.

Todos os testes disponíveis no mercado precisam ter registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e controle de qualidade do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (INCQS).

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Testes na rede privada

A rede privada de laboratórios tem atuado de forma semelhante à pública. Os testes para a Covid-19 só são aplicados em pacientes que tenham recebido encaminhamento de um médico. Os valores dos exames variam muito de acordo com o tipo e podem passar de R$ 300. Muitos laboratórios oferecem a coleta em domicílio e o resultado é disponibilizado pela internet.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar orienta que o beneficiário não se dirija a hospitais ou outras unidades de saúde sem antes consultar sua operadora de plano de saúde, para informações sobre o local mais adequado para a realização de exame ou para esclarecimento de dúvidas sobre diagnóstico ou tratamento da doença. O órgão esclarece também que a cobertura do tratamento aos pacientes diagnosticados com a Covid-19 já é assegurada aos beneficiários de planos de saúde, de acordo com a segmentação de seus planos (ambulatorial ou hospitalar).

Critérios de distribuição

A distribuição dos testes aos estados atende a parâmetros como número de casos confirmados; análise social e econômica segundo critérios do IBGE; total de trabalhadores de saúde e de segurança pública. Posteriormente, os estados serão os responsáveis pela distribuição dos exames aos municípios.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]
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