As famílias precisam estar mais atentas às novas orientações de segurança e proteção, mas o leite materno é insubstituível
As famílias precisam estar mais atentas às novas orientações de segurança e proteção, mas o leite materno é insubstituível| Foto: Luiza Braun/Unsplash

Alimentar o bebê com leite materno pode assegurar o desenvolvimento saudável das crianças, especialmente até os seis primeiros meses de vida, quando a recomendação é manter o aleitamento materno exclusivo, conforme orientações do Ministério da Saúde. E na Semana Mundial do Aleitamento Materno, que é celebrada entre os dias 1° e 7 de agosto, o Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba, reforça a importância da amamentação, mesmo durante a pandemia do novo coronavírus.

“As famílias precisam estar mais atentas às novas orientações de segurança e proteção, mas o leite materno é insubstituível. Rico em proteínas, gorduras e vitaminas, ele é nutricionalmente bom e sua capacidade de digestão é perfeita”, aponta o médico pediatra neonatologista do Hospital Pequeno Príncipe, Luiz Renato Valério.

Sobre os riscos trazidos pela Covid-19, autoridades sanitárias e especialistas em todo mundo defendem que a amamentação deve ser mantida, mesmo nos casos em que a mãe esteja com suspeita ou confirmação de infecção pelo vírus. Isso porque, até o momento, a transmissão do coronavírus por meio do leite materno e da amamentação não foi detectada.

De acordo com o Hospital Pequeno Príncipe, documentos do Ministério da Saúde e da Sociedade Brasileira de Pediatria, ressaltam as evidências de que amamentação reduz a mortalidade neonatal e infantil e melhoraram os desfechos de saúde e desenvolvimento ao longo da vida. E esses benefícios são superiores aos potencias riscos de contaminação. Dados da Organização Mundial de Saúde também demonstram que a vida de 820 mil crianças até 5 anos de idade poderiam ser salvas em todo o mundo, anualmente, se todas fossem amamentadas com leite materno.

Suspeita de Covid-19

Para garantir uma amamentação segura, a mãe com diagnóstico confirmado ou com suspeita de Covid-19, deve implementar medidas de higiene adequadas, tomando as seguintes precauções:

  1. Lavar as mãos ao menos por 20 segundos com água e sabão e/ou usar álcool em gel 70% nas mãos antes e depois de tocar o bebê;
  2. Usar uma máscara, caseira ou descartável, cobrindo completamente nariz e boca, durante as mamadas e evitar falar ou tossir durante a amamentação;
  3. A máscara deve ser imediatamente trocada em caso de tosse ou espirro ou a cada nova mamada. A máscara cirúrgica não deve ser reutilizada e precisa ser colocada em saco plástico fechado e ser descartada adequadamente. As máscaras de pano devem ser de uso individual e bem lavadas com água e sabão ou colocadas de molho em solução de água sanitária diluída em água;
  4. Evitar que o bebê toque seu rosto, especialmente boca, nariz, olhos e cabelos;
  5. Se tossir ou espirrar sobre o peito exposto, é preciso lavar as mamas, delicadamente com sabão e água, por pelo menos 20 segundos, antes da próxima mamada. Caso contrário, a higienização não precisa ser realizada.

Em casos mais graves

Segundo médicos do Hospital Pequena Príncipe, as mães com sintomas graves de Covid-19 ou com outras complicações que as impeçam de cuidar do bebê ou de continuar a amamentação direta, sempre que possível, devem ser incentivadas e apoiadas a retirar e fornecer com segurança o leite materno, aplicando medidas apropriadas para o controle e prevenção de infecções.

A amamentação também deve ser mantida nos casos de bebês com suspeita ou confirmação de Covid-19, desde que a mãe se proteja com os cuidados de higiene, como utilização de máscara ao amamentar e lavagem de mãos antes e depois das mamadas.

Tudo isto, porque, o leite materno tem inúmeros fatores imunológicos que protegem a criança contra infecções. “O importante é o fortalecimento de vínculos entre mãe e filho no processo de alimentação. É um ato repleto de amor, que também auxilia no desenvolvimento das crianças”, reforça o pediatra Luiz Valério.

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