Qualquer produto químico pode causar alergia, e os de limpeza não escapam disso
Qualquer produto químico pode causar alergia, e os de limpeza não escapam disso| Foto: Bigstock

O isolamento social tem levado as pessoas a se envolverem mais com as atividades do dia a dia da casa, entre elas a limpeza. E, claro, temos todo um protocolo de higiene diferenciado neste momento. Mas a falta de conhecimento e mesmo de costume ao lidar com alguns produtos químicos pode trazer prejuízos à saúde.

“Qualquer produto químico pode causar alergia, e os de limpeza não escapam disso. Mas ter uma reação vai depender de quanto tempo você fica em contato com o produto, o que aumentou muito durante a pandemia”, explica Marcelo Jeferson Zella, diretor da regional do Paraná da  Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai-PR).

A alergia causada pode ter viés respiratório e se manifestar como asma e rinite. “Acontece quando se inala produtos como água sanitária, alvejante e produtos para limpar o chão, tudo que tiver um cheiro forte”, diz o alergista. Na pele, as manchas vermelhas podem aparecer como resultado da exposição. A dermatite por contato é uma inflamação da pele ao ser exposta a produtos que causam irritação. Em casos mais raros, pode-se desenvolver até mesmo urticária.

Além dos produtos usados na limpeza da casa, como a água sanitária e desinfetantes, existem outros que podem passar despercebidos neste momento, mas que têm a capacidade de causar irritações. São eles o álcool em gel, sabonetes líquidos e até detergentes. Tão aliado nessa época de pandemia, o gel que compõe o álcool em gel pode também se apresentar como um fator irritativo.

Em caso de reação, algumas medidas podem ser tomadas em casa. Com relação à pele, se houver desconfiança de que algum produto tenha feito mal, é recomendada a suspensão imediata do uso. O álcool em gel, por exemplo, pode ser substituído pelo álcool líquido (contanto que se mantenha o teor de 70%).

Outra dica é deixar imediatamente o local onde está a substância que promoveu a reação e se limpar o mais rapidamente possível. “O que pode ser feito sem se auto-medicar é sair imediatamente do ambiente em que está o produto e se lavar, tomar banho e trocar de roupa. Isso porque esse tipo de produto acaba se acumulando nas roupas, na pele, e [a limpeza] pode ajudar”, recomenda Zella.

Medidas preventivas

E o que pode ser feito para tentar evitar uma reação à exposição de diversos produtos químicos? A primeira dica é reduzir o contato ao menor tempo possível com a substância. O uso de equipamentos de proteção, principalmente de luvas, também é indicado.

No entanto, é preciso ficar atento ao uso recorrente das luvas. “A luva também pode causar alergia, principalmente pelo látex. Ao usar um produto químico mais forte é bom utilizá-la, mas usá-la excessivamente pode acarretar um processo alérgico”, alerta o especialista.

Se possível, é bom deixar o ambiente bem ventilado na hora da limpeza. Caso não seja possível, o ideal é ficar pouco tempo no lugar realizando a tarefa. “Não passe água sanitária em um ambiente completamente fechado por muito tempo, porque a chance de se intoxicar é grande”, avisa Zella. A intoxicação de água sanitária por inalação pode causar tosse, olhos vermelhos e falta de ar.

Outro ponto é ficar atento ao rótulo dos produtos. Confirmar se são licenciados e se foram dermatologicamente testados. Produtos que não têm cheiro, que são neutros, têm menos chances de causar alergia. Por fim, se houver desconfiança de que há um quadro alérgico, é indicada a utilização de produtos hipoalergênicos. Isso para sabonetes, shampoo, luvas e também para os produtos de limpeza.

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