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O que Deus fazia antes de criar o mundo? O que acontece com nossos familiares depois da morte? Estas são algumas das perguntas respondidas pelo Papa Francisco no livro O amor antes do mundo (ou Dear Pope Francis, na versão americana), que chega nesta quinta-feira (25) às livrarias italianas, e em breve, ao mundo todo.

O livro é uma seleção de 31 perguntas de crianças e pré-adolescentes de todo o mundo, acompanhadas das respectivas respostas do papa. A responsável pela publicação é a Loyola Press, editora pertencente aos jesuítas, nos Estados Unidos, mesma congregação à qual pertence Fracisco.

Veja abaixo algumas das perguntas mais curiosas feitas pelas crianças e contidas no livro:

 

Caro Papa Francisco, queria saber mais sobre Jesus. Como ele andou sobre as águas? Com carinho, Natasha (Quênia, 8 anos)

Cara Natasha, você deve imaginar Jesus caminhando naturalmente, normalmente. Não voou sobre a água nem fez cambalhotas nadando. Ele caminhou como você caminha, ou seja, como se a água fosse terra, um pé depois do outro, até mesmo vendo os peixes fazerem festa ou nadarem velozes sob os seus pés. Jesus é Deus e por isso pode fazer tudo. Pode também caminhar tranquilamente sobre a água. Deus não afunda, sabia?

Caro Papa Francisco, quando você era criança, gostava de dançar? Prajla (Albânia, 6 anos)

Muito, querida Prajla! Mas muito mesmo! Gostava de estar junto com outras crianças, brincar, passear, mas também dançar as nossas danças típicas da Argentina. Eu me divertia muito. Depois, quando era jovem, gostava de dançar tango. Gosto muito do tango. Veja, dançar é exprimir a alegria. Quando alguém está triste, não dança. Geralmente, os mais jovens têm um grande recurso: são contentes. E por isso quando se é jovem se dança e assim se exprime a alegria do coração. Até mesmo o grande rei Davi, quando tomou Jerusalém, fazendo dela a Cidade Santa, fez com que a Arca da Aliança fosse transportada solenemente e se pôs a dançar diante dela. Não se preocupou com as formalidades, se esqueceu de se comportar como um rei e se pôs a balar como um jovenzinho! Mas a sua esposa, Micol, vendo-o saltar e dançar, zombou dele e o desprezou no seu coração. Essa mulher estava doente de seriedade, a “síndrome de Micol”, como eu chamo. As pessoas que não conseguem exprimir alegria estão sempre sérias. Dancem, vocês que são crianças, e assim não serão sérios demais quando crescerem!

Caro Papa Francisco, a minha mamãe está no paraíso. Vão crescer asas de anjo nela? Luca (Austrália, 7 anos)

Querido Luca: não, não, não! A sua mamãe está no céu linda, esplêndida, cheia de luz. Não lhe cresceram asas. É a mesma mamãe que você conhece, mas mais bela do que nunca. E ela olha e sorri para você, que é filho dela. Cada vez que a sua mamãe vê você, fica contente, se você se comporta bem. Se você não se comporta, ela continua o amando e pede a Jesus que faça você ser melhor. Pense assim na sua mamãe: bela, sorridente e cheia de carinho por você.

Caro Papa Francisco, se você pudesse fazer um milagre, qual seria? Com carinho, William (Estados Unidos, 7 anos)

Querido William, eu curaria as crianças. Não consegui entender ainda por que as crianças sofrem. Para mim é um mistério. Não sei explicar. Eu me pergunto sobre isso e rezo sobre essa pergunta: por que as crianças sofrem? É o meu coração que coloca essa pergunta. Jesus chorou e chorando entendeu os nossos dramas. Eu tento entender. Se pudesse fazer um milagre, curaria todas as crianças. O seu desenho me faz refletir: há uma grande cruz escura e atrás há um arco-íris e o sol que brilha. Eu gosto. A minha resposta à dor das crianças é o silêncio ou talvez uma palavra que nasça das minhas lágrimas. Não tenho medo de chorar. Você também não deve ter.

Caro Papa Francisco, por que você gosta de futebol? Desejo a você boa saúde! Wing (China, 8 anos)

Querido Wing, gosto muito de futebol. Nunca joguei partidas sérias porque nunca aprendi bem a técnica do jogo. O meu pé não é ágil. Mas gosto muito de assistir aos jogos de futebol. Sabe por quê? Porque vejo que é um jogo de time, de solidariedade. Eu me apaixono quando vejo uma partida. Se um jogador quer jogar sozinho, perde, e depois não é amado por seus colegas de time. Joga-se futebol bem quando se joga junto, quando se joga como um time e se procura o bem de todos sem pensar no bem pessoal nem se preocupar em aparecer. Assim deve ser também na Igreja.

Caro Papa Francisco, você já foi coroinha? Saudações de Alessio (Itália, 9 anos)

Querido Alessio, fui coroinha, sim. E você? Aquele coroinha no desenho é você? Mas, olha, agora é mais fácil. Você deve saber que quando eu era pequeno a missa se celebrava de forma diferente de como é hoje. O padre olhava para o altar, que era junto da parede, e não para as pessoas. O livro da missa, o missal, era posto sobre o altar do lado direito. Mas antes da leitura do Evangelho era colocado do lado esquerdo. Essa era a minha tarefa: levá-lo da direita para a esquerda e da esquerda para a direita. Que cansaço! Era pesado! Eu o pegava com toda a minha força, mas eu não era robusto: o levantava e ele me pesava, e assim o padre tinha que me ajudar. Era um esforço! E a missa não era em italiano. O padre falava, mas eu não entendia nada. Nem os meus colegas. A gente brincava de imitar o padre distorcendo um pouco as palavras para fazer frases esquisitas em espanhol. Nós nos divertíamos. E gostávamos muito de servir na missa.

Com informações de Rádio Vaticano e Corriere della Sera

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