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Madre Teresa de Calcutá será declarada santa no dia 4 de setembro. A data foi oficializada pela Santa Sé na manhã desta terça-feira.

A religiosa que se tornou um símbolo mundial de caridade devido ao seu trabalho junto aos pobres e doentes da Índia faleceu em 1997 e foi beatificada em 2003. Desde a beatificação, o dia 5 de setembro, data de aniversário de sua morte, era dedicada à celebração de sua memória.

No dia 18 de dezembro de 2015, o Vaticano anunciou a aprovação do segundo milagre atribuído à Madre Teresa, elemento necessário à canonização, segundo a lei canônica que rege o processo.  O milagre teria ocorrido em 2008 com Marcílio Haddad Andrino, um engenheiro de 35 anos que vive com a família no Rio de Janeiro. Ele sofria de múltiplos tumores no cérebro e os médicos não conseguiram explicar como foi curado. No início desse ano ele concedeu uma entrevista ao site da Arquidiocese do Rio de Janeiro, explicando o caso em detalhes.

Índia ou Vaticano

Os bispos da Índia solicitaram ao papa que a cerimônia de canonização seja realizada em Calcutá. Seja como for, o curto espaço de tempo entre a canonização de Teresa e outras duas previstas, a do mexicano José Sánchez e do argentino José Brochero, aponta que uma das duas não será realizada no Vaticano, já que o habitual é que as canonizações sejam feitas semestralmente ou anualmente.

Embora não haja nenhuma regra por escrito, o costume é que as canonizações sejam feitas no Vaticano e as beatificações na região onde viveu o beato. O motivo é que a beatificação corresponde a uma permissão de culto local à pessoa do beato, enquanto a canonização é o reconhecimento de que a Igreja do mundo inteiro deve venerar o exemplo daquele fiel.

No entanto, há espaço para exceções. Francisco já realizou duas cerimônias de canonização fora de Roma – Junípero Serra, nos Estados Unidos, e José Vaz, no Sri Lanka, ambas em 2015. Bento XVI, em seus quase oito anos de pontificado, havia feito apenas uma, a do Frei Galvão, em São Paulo. Como Francisco apontou no início de 2015 que gostaria de visitar a Argentina em 2016, dois cenários são possíveis: ou a canonização de Teresa se dará na Índia, ou a do menino mexicano e do padre argentino se realizará na América Latina. Que ambas se realizem no Vaticano, a pouco mais de um mês de distância uma da outra, é altamente improvável.

Vale lembrar que o Cura Brochero, como é conhecido, será o segundo santo nascido na Argentina, o país de Francisco; o primeiro foi São Bento de Jesus, religioso lassalista canonizado em 1999. No entanto, Bento mudou-se com a família para a Espanha aos quatro anos de idade e morreu no país europeu, martirizado durante a Guerra Civil Espanhola, o que realça o ineditismo da canonização de Brochero.

Biografia

O nome de nascimento de Madre Teresa de Calcutá é Anjëzë Gonxhe Bojaxhiu. Ela nasceu em Skopje, capital da Macedônia, em 26 de agosto de 1910. A religiosa fundou a Congregação das Missionárias da Caridade e seu trabalho com pobres e doentes da Índia se tornou conhecido em todo o mundo. Sua fama de santidade era tão difundida que o Vaticano agilizou o reconhecimento das chamadas “virtudes heroicas” e dos milagres necessários à beatificação, que ocorreu em 19 de outubro de 2003, numa cerimônia presidida pelo papa João Paulo II. O primeiro milagre atribuído à religiosa foi a salvação de uma mulher de 30 anos, em Bangladesh, que sofria de um tumor abdominal.
Colaborou: Felipe Koller

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