#Resenha – Helena Kolody: Infinita Sinfonia
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Foi para promover a literatura paranaense – pouco difundida entre os próprios conterrâneos – que a Gazeta do Povo, em 2014, lançou a “Coleção Gazeta do Povo de Literatura Paranaense”. Destes, o último que li foi “Infinita Sinfonia”, da poetisa Helena Kolody; foi, porém, o mais marcante.

Como é comum saber, Helena Kolody foi pioneira na publicação dos haicais, pequenos poemas de origem japonesa que ousam dizer o máximo com um mínimo de palavras. Talvez por isso a poetisa tenha se especializado em sensibilizar o leitor de modo inigualável, em pôr-se ao lado dele em suas dificuldades e no jeito sereno de levar a vida.

Os grandes dilemas humanos são contados em seus poemas: a angústia da morte, a beleza de sonhar, o tempo e a saudade, o movimento do mundo, a natureza repleta da Presença que consola os corações…

Os escritos de Helena não são palavras: são sopros de vida que enchem o coração.

 

Levam o amanhecer (Helena Kolody)

Partem.

E levam consigo a memória

de nosso amanhecer.

 

A quem dirigir

a pergunta mágica>

Lembra-se?

 

Quem,

entre os jovens,

acreditará

que fomos jovens também?

 

Mergulho (Helena Kolody)

Almejo mergulhar

na solidão e no silêncio,

para encontrar-me

e despojar-me de mim,

até que a Eterna Presença

seja a minha plenitude.

 

Infinita Sinfonia

Helena Kolody

Curitiba: Inventa, 2014.

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