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Após dar banho na pequena Emily, trocar sua fralda diversas vezes, atendê-la quando chorava e ainda arrumar a casa enquanto a bebê dormia, o único momento que restava para Ellen Reis Queiroga olhar suas redes sociais era a hora que a filha precisava mamar. No entanto, ela sabia que usar o celular durante o aleitamento não era a melhor opção, pois isso poderia influenciar negativamente na construção do vínculo com a recém-nascida, trazer irritabilidade e prejudicar a amamentação.

De acordo com a pediatra neonatologista Bianca Cesario Cavichiollo, o uso do aparelho distrai mãe e bebê, e essa falta de foco prejudica a alimentação da criança. “A pega pode ficar incorreta, a mamada pode não ser efetiva e esse ciclo pode levar, inclusive, ao desmame”, pontua a especialista. Além disso, ela explica que a luminosidade emitida pelo dispositivo estimula de forma excessiva os neurônios do neném, o deixa irritado, disperso e ocasiona problemas durante o sono. “Sem contar a interferência da radiação emitida pelos celulares”, pontua.

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Por isso, desde o nascimento de sua primogênita, a professora Ellen decidiu equilibrar o tempo entre a troca de olhares com a garota e o uso do telefone. “No início, inclusive, minha atenção era só dela porque eu sentia dor para amamentar e nem conseguia pensar em outra coisa”, conta. “Aí, quando acostumei, eu olhava para minha filha, fazia carinho e curtia nosso momento”, recorda a mãe, que usava o aparelho apenas para responder mensagens mais urgentes.

Foto: Wagner Queiroga Wagner Queiroga

No entanto, segundo a pediatra, deixar o dispositivo eletrônico totalmente de lado nessa hora é a melhor decisão. “Ao contrário do que pensamos, o aleitamento não é algo instintivo e natural, mas um processo construído que pode ser difícil e que exige atenção e dedicação”, pontua. “Também é um instante de muita conexão entre mãe e bebê, muito melhor do que qualquer conexão feita pelo celular”, garante.

E foi esse contato único no momento de alimentar a filha que também fez a curitibana Karine Pricila Freitas se dedicar exclusivamente à bebê. “Enquanto a Lívia mama, ela me olha como se eu fosse a pessoa mais importante do mundo. É um olhar de amor, de gratidão e de satisfação”, conta a mãe, que só mexe em aparelhos eletrônicos se a pequena dormir durante a mamada. “Mas não gosto de usar, pois é um momento único, meu e dela, e não tenho como medir o vínculo que já criamos”.

Outros benefícios da amamentação

Foto: Arquivo pessoal/Karine Freitas Arquivo pessoal/Karine Freitas

Além dessa ligação afetiva promovida pela amamentação, o leite materno traz outros benefícios para o recém-nascido, como melhor funcionamento intestinal, aumento da imunidade e prevenção de doenças a curto e longo prazo. “Lembrando que a conexão da mãe com o bebê através do aleitamento também faz com que ela produza exatamente o líquido que o bebê precisa naquele momento, variando a composição de acordo com a fase de vida”, explica a neonatologista Bianca.

Essa composição específica para cada criança também impacta no desenvolvimento intelectual dela, faz com que se sinta mais segura e tranquila, e ainda influencia positivamente a saúde da mãe, reduzindo o risco de desenvolver câncer de mama ou depressão pós-parto. “Descobri que amamentar vai muito além de nutrir, porque traz conforto e transmite amor. Por isso, eu e a Liv seguimos firmes com o nosso momento”, garante Karine.

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