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Há quem evite longas viagens de carro ou ônibus com bebês, por conta do transtorno que o tempo em um lugar fechado pode trazer aos pequenos. Agora imagine passar vários dias com uma criança de poucos meses, em alto mar? Foi o que o casal britânico Katharine e David Lowrie fizeram. Eles embarcaram nessa aventura com seu filho Theo, em janeiro de 2015, quando ele tinha três meses de idade, e passara sete meses velejando.

Ainda recém-casados, Katharine e David perceberam que não era apenas o amor que os aproximava, mas também o cuidado com o planeta e a conservação do meio ambiente. David era consultor de gestão para uma empresa de contabilidade e Katherine era ecologista. E foi a falta de equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho que fez com que eles abandonassem os empregos fixos e decidissem explorar o mundo.

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E se isso fosse feito com um barco? Em entrevista à CNN, Katherine disse que a preocupação com o planeta e a experiência de David com a navegação foram decisivos para o início da jornada – ele passou a infância navegando com os pais pelo Mar do Norte, entre a Grã-Bretanha e a Escandinávia. “Nós dois nos preocupamos muito a natureza e David vem de um cenário familiar de navegação. Usar o poder do vento e não de combustíveis fósseis foi o caminho natural”, contou. “Eu nunca havia velejado. Meu nome de solteira era Land [que em inglês significa “terra”]. Eu estava com medo”, completou.

Um bebê embarca na aventura

A viagem com um bebê a bordo não estava nos planos iniciais do casal. Theo nasceu em 2014 – alguns meses depois do retorno de seus pais de uma expedição pela América Latina. Em janeiro de 2015, quando Theo estava com três meses de vida, eles voltaram a atravessar o Atlântico com o Lista Light, um barco norueguês de 1935 comprado pelo casal em 2008. Os três só retornaram para casa em agosto de 2015, iniciando a travessia desde o município de Cabedelo, perto de João Pessoa.

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“Os bebês são incríveis e muito versáteis. Nós tínhamos um kit médico completo e até antibióticos receitados pelo nosso médico”, explicou Katharine. Embaixo da mesa, no barco, um cercadinho delimitava o espaço de brincadeiras de Theo, mas os pais deixavam, sob supervisão, que ele se arrastasse pelo convés quando o mar estava calmo. “O seu equilíbrio era incrível – ele podia até mesmo ficar de pé se segurando na beirada do convés”, lembra a mãe.

A rotina com o bebê a bordo incluía a utilização de fraldas reutilizáveis, que eram lavadas à mão e secavam ao ar livre. As cidades com clima quente eram perfeitas para agilizar esse processo, segundo Katharine. “Fraldas convencionais não funcionam, já que a maioria dos barcos não tem espaço suficiente para armazená-las e, além disso, elas fedem!”, explicou.

Depois de voltar para a Inglaterra, a família Lowrie teve um segundo filho e agora fazem palestras contando sobre as suas viagens. Eles também escreveram um livro sobre as aventuras no Lista Light, que foi vendido a outra família. Eles planejam voltar a navegar quando os filhos tiverem entre 8 e 10 anos de idade. “Recentemente pedalamos pelo norte da Argentina e Theo sentiu falta de sua casa e rotina”, comentou Katharine.

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