Colocar a “mão na massa” para preparar tinta, massinha ou circuitos de obstáculos ajuda no desenvolvimento cognitivo dos pequenos.
Colocar a “mão na massa” para preparar tinta, massinha de modelar, circuitos de obstáculos e outras atividades contribui para o desenvolvimento cognitivo dos pequenos| Foto: Bigstock

Ainda que tenha diversas bonecas, ursos e outros brinquedos, a pequena Manuela Vieira, de 3 anos, prefere se divertir com os itens que ela inventa. “E não precisa de muita coisa!”, afirma a mãe Ana Paula, que vê sua filha transformar facilmente um lençol em cabana, a peneira da cozinha em lupa, e as almofadas da casa em escorregador. “Ela vai usando a criatividade e se desenvolve muito enquanto brinca”, relata a carioca.

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Segundo a neuropsicóloga Barbara Calmeto, isso acontece porque brincadeiras simples estimulam bastante a capacidade cognitiva da criança, ajudam na resolução de problemas e também no planejamento e execução de tarefas. “Ou seja, não há necessidade de ter muitos brinquedos ou jogos caros para estimular o desenvolvimento dos pequenos”, garante a diretora do Autonomia Instituto.

Além disso, ela explica que os resultados são ainda melhores quando itens usados na atividade são fabricados em casa, pois a criança participa da produção e aprende a manter o foco, esperar e a se adaptar em diferentes contextos e situações. “Lembrando que essas atividades ainda trabalham raciocínio, memória e a atenção da criança de forma prazerosa”, aponta Bárbara, que sugere 10 atividades diferentes para serem realizadas com a criançada.

  1. Massinha de modelar caseira

    A primeira ideia é fabricar massinha de modelar . Para isso, a criança deve participar do processo, misturar os ingredientes e seguir a receita. Depois, é só modelar flores e bichinhos, cortar com tesoura sem ponta e usar a criatividade. “Basta misturar 4 xícaras de farinha de trigo, 1 xícara de sal, 1 ¹/² xícara de água e 1 colher de chá de óleo em uma tigela”, ensina a neuropsicóloga, ao indicar a separação da massa em porções e o uso de algumas gotas de corante para colorir. “E lembre-se de guardar tudo em saco plástico para não endurecer”, indica.
  2. Tinta caseira

    Outra atividade para estimular as crianças é fazer a tinta que elas usarão para pintar papel ou os azulejos do banheiro, onde os pequenos podem se sujar à vontade. “É diversão garantida e com uma estimulação bem sensorial!”, garante Bárbara. Para essa receita, é necessário misturar 1 xícara de farinha de trigo, 1 xícara de sal e 1 xícara de água, colocar tudo em copos e pingar gostas de corante.
  3. Quebra-cabeça

    Montar quebra-cabeças também é uma maneira eficaz de desenvolver o aprendizado, a ordenação, percepção e a discriminação visual. Para isso, é possível cortar imagens ao meio e pedir à criança para encontrar a metade que falta. “Use desenhos conhecidos por ela como formas geométricas, letras, números, animais ou frutas e acrescente mais peças conforme o desenvolvimento do seu filho”, indica Bárbara.
  4. Circuito de obstáculos

    Que tal um desafio psicomotor? Basta pegar almofadas, bambolês, cadeiras, puffs e outros objetos para montar um circuito com obstáculos. “A criança precisará pisar nas almofadas com os dois pés juntos, passar por cima do puff, passar embaixo da cadeira, pular dentro dos bambolês e pisar com um pé só nas almofadas”, sugere a especialista, ao afirmar que essa atividade desenvolve a coordenação motora ampla, o reconhecimento do corpo, controle do esquema corporal e a lateralidade.
  5. Labirinto no corredor

    Outra atividade psicomotora que as crianças amam é o labirinto. “Então, pegue uma fita grossa e cole alguns pedaços de uma ponta à outra na parede de um corredor”, ensina a terapeuta. Depois, é só pedir à criança para passar pelo labirinto sem encostar na fita. “Seu filho terá diversão garantida por muito tempo!”.
  6. Acampamento

    Para essa atividade é preciso apenas pendurar um lençol em um canto da sala, do quarto ou na mesa e fazer uma cabana. Com isso, será possível aproveitar a “área de camping” para acender uma lanterna, ler, realizar outras atividades, criar histórias e lanchar. No entanto, a especialista explica que crianças com autismo e síndrome de Down podem ter dificuldade em brincadeiras lúdicas e de imaginação como essa. “Nesses casos, é necessário ser ainda mais criativo e saber que o tempo de concentração do filho será menor”, afirma Barbara, ao sugerir que o acampamento fique montado por vários dias para que o pequeno acostume.
  7. Blocos de montar

    Preparar blocos de montar com o que estiver disponível em casa também é uma opção para desenvolver a capacidade de atenção da criança. “Vocês podem montar torres, castelos, carrinhos, pessoas e até aproveitar para fazer treino de imitação, onde você cria uma sequência e pede para seu filho fazer igual”, exemplifica a neuropsicóloga.
  8. Atividades sensoriais

    Outra atividade que ajuda a criança é a montagem de uma caixa sensorial com bolinhas de gel, sagu, arroz colorido, feijão preto, areia ou outros materiais. “Você coloca na caixa os objetos que seu filho gosta e os esconde com o material sensorial para ele encontrar com as mãos ou uma pinça”, ensina a especialista, que também indica atividades com itens sensoriais como slime, espuma de barbear, macarrão cozido colorido e bolhas de sabão.
  9. Cozinha divertida

    Cozinhar também é uma brincadeira que garante diversão, inclusive para crianças com Transtorno do Espectro Autista e síndrome de Down, que têm seletividade alimentar e déficits sensoriais. Então, “façam biscoitinhos, bolos, sanduíches, brigadeiro, pão de queijo e outras receitas fáceis que podem ser feitas no micro-ondas”, incentiva Barbara, ao lembrar que a família toda deve compartilhar o resultado do esforço dessa criança. “Tenho certeza que será um momento emocionante para todos!”.
  10. Brincadeiras manuais

    Para finalizar, atividades manuais agradam qualquer criança e estimulam a coordenação motora. Por isso, vale fazer recortes e colagens com encartes de mercado ou farmácia, pinturas com hastes flexíveis e tinta, arte com bolinhas de papel crepom, brinquedos com material reciclável, mosaicos e dobraduras. “Essas atividades artísticas vão estimular as mãos, ajudar no desenvolvimento dos sentidos e também da criatividade”, finaliza a neuropsicóloga.
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