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Um estudo do Pew Research Center divulgado no fim de outubro confirma o que uma observação atenta já previa: existe um racha entre Europa Ocidental e Europa Oriental quando o assunto é a opinião da população sobre o aborto e o casamento gay. Foram entrevistadas quase 56 mil pessoas maiores de idade em 34 países, entre 2015 e 2017.

Na Suécia, por exemplo, 88% da população é favorável ao casamento gay. Os números também são altos na Dinamarca (82%), na Holanda (86%), na Bélgica (82%), na Espanha (77%), no Reino Unido (77%), na Alemanha (75%), na Suíça (75%), na França (73%), na Áustria (72%) e na Noruega (72%).

Do outro lado do continente, o único país da Europa Oriental que pontua mais de 50% da população favorável ao casamento gay é a República Tcheca, com 65%. Na Geórgia e na Armênia, apenas 3% da população é favorável. Na Rússia e na Moldávia, são 5%, e na Ucrânia, 9%. A Sérvia e a Lituânia pontuam 12%. A Hungria, a Grécia, a Romênia e a Bulgária tampouco chegam aos 30%. Na Croácia o índice é de 31% e na Polônia, 32%.

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Os países mais divididos em ambas as partes do continente são Portugal (59%), Itália (59%) e Eslováquia (47%). Nenhum país da Europa Oriental permite o casamento entre pessoas do mesmo sexo, enquanto quase todos os países da Europa Ocidental legalizaram a prática.

Se levarmos em consideração apenas a população jovem – entre 18 e 34 anos – o cenário não muda muito. Na Rússia, por exemplo, se 90% da população adulta é contrária ao casamento homoafetivo, esse número chega a 86% quando considerada apenas aquela faixa de idade. Na Polônia, o número cai de 59% para 50% e na Ucrânia de 85% para 82%. Em nenhum país do continente o percentual de jovens contrários ao casamento de pessoas do mesmo sexo é mais expressivo do que aquele considerando toda a população adulta.

 

Aborto

Quando o tema é aborto, a divisão se mantém, embora de modo um pouco menos marcado do que em relação ao casamento gay. 94% dos suecos e 92% dos dinamarqueses consideram que a prática deve ser legalizada em todos ou na maioria dos casos. Acima de 70%, estão também Finlândia (87%), Bélgica (84%), Holanda (84%), França (81%), Noruega (81%), Reino Unido (81%), Alemanha (76%), Suíça (73%), Áustria (73%) e Espanha (72%).

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Na Europa Oriental, cinco países se destacam ao fugir à regra e alinhar-se com os países ocidentais. República Tcheca (84%), Estônia (81%), Bulgária (80%), Hungria (70%) e Eslováquia (70%) têm maiorias bastante expressivas favoráveis ao aborto. A opinião é majoritária também na Sérvia, na Croácia, na Armênia, na Letônia, e na Lituânia.

Os países cuja maioria da população se opõe ao aborto em todos ou na maioria dos casos estão todos na Europa Oriental. Na Geórgia, são 85% da população, e na Moldávia, 79%. Completam a lista Rússia (56%), Ucrânia (55%), Bielorrússia (54%), Polônia (52%) e Grécia (52%). O país ocidental mais contrário ao aborto é Portugal, onde 34% da população concorda que a prática deveria ser ilegal em todos ou na maioria dos casos.

 

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