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Há uma razão para que os candidatos costumem falar que creem em Deus: tendemos a confiar mais em quem tem fé. Essa é a conclusão de um novo estudo, recentemente publicado no periódico American Politics Research.

De acordo com a pesquisa, candidatos se beneficiam tanto quando falam de forma direta como quando a mencionam sutilmente a religião durante suas campanhas. Isso faz com que os pretensos políticos sem religião ou hostis à fé encontrem mais dificuldades para ter sucesso.

“A sua identificação religiosa reflete uma tendência poderosa e difundida, mas também frequentemente sutil e inconsciente”, disse o pesquisador Scott Clifford, da Universidade de Houston.

Clifford e seu colega Ben Gaskins, do Lewis & Clark College, usaram dados de votação dos Estados Unidos para descobrir o quanto os eleitores estariam dispostos a eleger um político que se identifica como ateu. Pete Stark, democrata da Califórnia, foi o único congressista abertamente ateu nos Estados Unidos.

Os pesquisadores também constataram quão favoráveis os eleitores seriam à candidatura de Hillary Clinton, baseando-se no que as pessoas pensam a respeito dela ser ou não religiosa. O estudo comparou então esses dados apontando quão confiáveis os eleitores sentem que esses candidatos são.

Clinton foi vista de forma mais positiva por eleitores que pensam que ela é religiosa, provando a teoria dos pesquisadores de que a religião ajuda no sucesso de um candidato.  “As nossas descobertas sugerem que não demonstrar religiosidade é um obstáculo significativo para conquistar um cargo público nos Estados Unidos. Contudo, ser percebido como religioso aumenta o nível de confiança depositada pelos eleitores nos políticos”, diz Clifford.

Essa percepção não é exatamente uma novidade. Em 2011, um estudo da Universidade de Missouri apontou que crenças religiosas tendem a influenciar as pessoas nas eleições. Os pesquisadores descobriram que a religião impacta no modo como as pessoas votam e como os próprios partidos apresentam os seus ideais para o público.

Os estudiosos compararam a influência que a frequência em cultos tem na hora de votar com outros quesitos como renda, educação e filiação sindical. Eles relacionaram os dados com os de outros países, como a Alemanha e o Reino Unido, e descobriram que os americanos ainda dão ainda mais valor às suas crenças religiosas quando votam.

“A literatura diz que esses países se secularizam mais e acadêmicos disseram que a religião já não influencia mais nas eleições, mas este estudo mostra que isso não é verdade”, afirma o pesquisador Chris Raymond. “No que diz respeito à influência, a religiosidade continua tão importante quanto a classe social nas eleições. De fato, eu sustento que a religião vem logo depois da classe social.”

Em 2014, um estudo da Pew Research Forum’s Religion and Public Life Project mostrou que a maioria dos norte-americanos – cerca de 72% – sentem que o impacto da religião na vida pública está caindo, mas dizem que não desejam isso. “Uma parcela crescente da população quer que a religião tenha um papel na política norte-americana”, diz o estudo.

 

Com informações de Deseret News.

Colaborou: Felipe Koller

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