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Já não é nem um pouco raro ver uma criança que tem o seu próprio celular. Porém, ainda é preciso que os pais tenham cuidado: junto com o presente, a criança está recebendo uma nova formar de perceber o mundo e de interagir com ele – e nem sempre isso é para o bem. Para Naomi Schaefer Riley, autora do livro Be the Parent, Please (“Seja o pai, por favor”, ainda sem tradução para o português), outro problema é introduzir as crianças em uma preocupação bem peculiar que nós, adultos do século XXI, temos: a pressão em estar sempre à disposição, mesmo que não queiramos.

Naomi lembra que era difícil imaginar os mundos que o Facebook poderia colocar ao alcance dos pequenos. No seu feed pode aparecer tanto a novidade do nascimento de um priminho quanto uma notícia sobre um tiroteio em uma escola. Surgem informações de mais importância e outras pouco relevantes. Na verdade, poucas nos afetam diretamente, mas no Facebook todas parecem urgentes.

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Se uma menina de dez anos usa o computador da família em horários marcados, ela pode tranquilamente dizer a suas amiguinhas que não pode estar sempre em contato com suas amigas devido a isso. Mas se ela tem um celular, pode experimentar a mesma pressão que nós sentimos quando não respondemos a uma mensagem, por causa da sensação de parecer ignorar o interlocutor.

Então, se dar um celular a uma criança pode dar um pouco de paz à cabeça dos pais em relação a suprir sua necessidade de entretenimento, para a criança isso pode desenvolver nela a ansiedade. Imagine o que isso significa em relação à concentração das crianças em sala de aula.

Em seu livro The Collapse of Parenting (“O colapso da paternidade”, ainda sem tradução para o português), o psiquiatra Leonard Sax descreve como os pais que atende se queixam de que as crianças já não se concentram na escola. Mães e pais acham que se trata de transtorno do déficit de atenção e suplicam que se receite algum remédio, mas basta averiguar um pouco a situação para descobrir que as crianças estão trocando mensagens com os amigos até tarde da noite sem o consentimento dos pais e perdendo, assim, horas valiosas de sono.

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Como acontece conosco às vezes, as crianças passam a se sentir obrigadas a estar conectadas o máximo de tempo possível, pois não querem ser as últimas a saber o que está acontecendo. Basta que um dos amigos do seu filho seja um pouco carente de atenção e pronto: é possível que o seu filho se sinta pressionado a lhe responder constantemente.

“Não é exagerado dizer que dar celulares às crianças é como lhes entregar as chaves do reino. Existe um mundo inteiro aí fora que agora elas podem acessar sem que você saiba”, comenta Naomi. Cabe aos pais decidir um aspecto fundamental da vida e da formação da criança que é a forma e a frequência com que elas interagem com os diversos tipos de conteúdo e atividades presentes na internet e nos smartphones.

 

Com informações de Aceprensa.

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