Saber impor limites às crianças é essencial e traz segurança. Só que exigir obediência incondicional também não é saudável.
Saber impor limites às crianças é essencial e traz segurança. Só que exigir obediência incondicional também não é saudável.| Foto: Bigstock

Viver em sociedade implica ter direitos, mas também muitos deveres. E quanto mais cedo a criança souber que existem limites e que devem ser respeitados, mais fácil a convivência e o desenvolvimento de habilidades sociais.

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Porém, nem sempre os pais conseguem repassar essas lições sem deixar uma mensagem um tanto autoritária. O Sempre Família ouviu especialistas que podem ajudar nessa missão.

Conversar sobre as emoções é essencial, na opinião da educadora parental Caroline Costa. “Para que elas entendam o que estão sentindo e como as emoções reagem no corpo delas”, justifica. Ela explica que saber dizer 'não' é fundamental, mas explicar os motivos é ainda mais importante. “O motivo de dizer 'não' vai fazer a criança ter esse entendimento. Por mais que na hora ela não compreenda bem, ela vai amadurecendo”, esclarece também.

Elogios

Outra maneira de ensinar que limites devem ser respeitados é reforçar as atitudes positivas dos filhos, afirma Caroline. “Não com presentes nem nada desse tipo, mas falar que foi legal a atitude”, exemplifica. Quando são empáticas com outras pessoas dentro ou fora de casa, quando ajudam em alguma tarefa doméstica e, especialmente, reforça a educadora, quando a atitude parte espontaneamente da criança.

A psicóloga infanto-juvenil, Carla Saad, acredita que para educar filhos não existe uma receita pronta, apenas um caminho que exige amor, conhecimento, esforço e tempo. “Educar é a arte de repetir. Por isso vai exigir muito esforço e muito tempo. Então, para uma criança aprender um novo comportamento, por exemplo, de obedecer a uma regra, muitas vezes vai ser necessário ensinar várias vezes”, destaca ela.

A psicóloga concorda que enaltecer as boas atitudes dos filhos incentiva que eles passem a respeitar mais os limites e ressalta que essas regras servem não apenas para ensinar o certo e o errado, mas também transmitem segurança e confiança. “Limites precisam ser claros, consistentes e coerentes. A criança tem que saber o que você espera dela, o que ela pode e não pode fazer. Isso tem que ser dito claramente”, diz.

Clareza

Carla também lembra da importância de estipular esses combinados sem autoritarismo. “Pais assertivos conseguem escutar a opinião dos filhos e perceber quando é possível flexibilizar as regras. Muitas vezes é preciso alterar, mudar, repensar o assunto” reforça ela. Isso é importante para que as crianças também saibam demonstrar as próprias vontades quando necessário.

“A gente tem que falar que por mais que as pessoas tenham opiniões diferentes da gente, não somos obrigados a concordar com essa pessoa”, orienta Caroline. Esse respeito pelo próximo não deve impedir que a criança diga o que pensa, pois é o tipo de comportamento que incentiva o senso crítico, segundo a educadora.

Encontrar esse equilíbrio entre limites e vontades é o que vai incentivar uma série de comportamentos na vida adulta, como afirma Carla. “Orientar e não punir estimula a obediência sem prejudicar a autocrítica. Preciso ensinar cooperação, habilidade de resolver problemas, respeito por si mesmo e pelos outros”, conclui.

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