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Um pai de 38 anos que, depois da separação, só consegue ver a filha uma vez a cada duas semanas, cursou Cinema e produziu um curta-metragem de animação para alertar sobre o problema da alienação parental. João Ricardo Costa foi casado por sete anos. Quando o casal se separou, a filha tinha apenas um ano e quatro meses. Desde o fim do casamento, João, que mora em Governador Celso Ramos, na Grande Florianópolis, está empenhado em fazer valer o que diz a lei sobre a guarda compartilhada dos filhos que foi sancionada em dezembro de 2014, mas que, ao que parece, ainda está muito longe de ser aplicada como devia.

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“Ela me chamava de papaiô”, disse João, à reportagem do Diário Catarinense, com saudade do tempo em que podia ver a filha o dia inteiro, se quisesse. Ele vê a filha, hoje com pouco mais de cinco anos de idade, apenas um dia a cada duas semanas. “São somente 48 dias por ano, o que é um absurdo e uma injustiça muito grande”, comenta. Sua luta para mudar esta situação é constante. Foi a Brasília juntamente com outros pais e representantes de entidades que lutam contra a alienação parental, para pressionar pela aprovação da lei.

Até criou uma página do Facebook para discutir sobre o assunto com outros pais e/ou mães que passam pela mesma situação. Mas foi na semana passada que saiu do forno a principal peça desta campanha em prol do direito dos pais separados de dividirem a guarda de seus filhos: o desenho animado Sonhos da Isah.

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O filme, que já está disponível no Youtube, conta a história de Isah, uma menininha que sofre muito por não conseguir entender o porquê de ter que ficar tanto tempo sem ver o seu pai. Por isso, ela inventa seu próprio mundo imaginário, onde pode ver e brincar com ele todas as vezes que sentir saudades. É uma fábula atual, singela e comovente, ainda mais quando a gente sabe que a tristeza de Isah é a mesma que sentem milhares de crianças filhas de pais separados e que são vítimas da alienação parental.

O Diário Catarinense informa que há cerca de dois anos João ingressou na Justiça com um pedido de guarda compartilhada, que ainda não foi julgado. “Vivo a esperar a chance de ganhar um abraço, de estar com a minha filha um pouco mais. Nos vemos muito pouco, mesmo ela morando a apenas dois quilômetros da minha casa. Desde que a mãe dela casou de novo, me proibiu de vê-la, a não ser nos dias estipulados. Isso é muito injusto, tanto para mim quanto pela minha filha, que sofre muito com esta situação”, desabafa.

João conta que para combater a depressão e a saudade da filha, quando se separou, voltou a estudar, cursou Publicidade e fez pós-graduação em Cinema.  Desde então, sonhava em fazer este filme, cujo projeto é fruto de um trabalho voluntário e financiamento coletivo, com o objetivo de difundir a campanha em apoio à guarda compartilhada e prevenção à alienação parental.

 

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Com informações do Diário Catarinense.