Messenger Kids, novo aplicativo do Facebook, deixa pediatras furiosos – entenda por que
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O Messenger Kids, aplicativo de mensagens voltado especialmente para crianças lançado em dezembro de 2017 pelo Facebook, é o alvo de críticas de mais de cem especialistas, além de organizações internacionais da área de saúde infantil em uma carta aberta dirigida a Mark Zuckerberg, publicada na terça-feira (30/01).

O texto assinado por pediatras, psiquiatras e educadores afirma que o Messenger Kids é uma iniciativa “irresponsável” que almeja estimular as crianças a usar o Facebook desde pequenas. “O Messenger Kids provavelmente será a primeira plataforma de redes sociais amplamente usada por crianças de 4 a 11 anos. Mas um crescente número de estudos demonstra que o uso excessivo de aparelhos digitais e de redes sociais é danoso para crianças e adolescentes, o que torna bastante provável que o novo aplicativo prejudique o desenvolvimento saudável dessas crianças”, diz a carta.

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“Crianças pequenas não têm idade para navegar nas complexidades dos relacionamentos online, que frequentemente derivam em mal-entendidos e conflitos até mesmo entre usuários com maturidade”, afirma o texto.

A carta menciona também pesquisas científicas segundo as quais o uso de redes sociais aumenta os riscos de depressão e de ansiedade entre adolescentes. “Adolescentes que passam uma hora por dia conversando em redes sociais dizem ter menos satisfação com praticamente todos os aspectos de sua vida diária”, diz a carta.

Além disso, os especialistas questionam a alegação de que o Messenger Kids vai atrair, de forma segura, usuários infantis que mentiam sua idade para abrir contas em outras redes sociais. “Crianças de 11 ou 12 anos que já usam o Snapchat, Instagram ou Facebook dificilmente vão migrar para um aplicativo que é claramente voltado para crianças menores. O Messenger Kids não está respondendo a uma necessidade – está criando uma.”

A carta termina afirmando que “seria melhor deixar as crianças pequenas em paz para que se desenvolvam sem as pressões derivadas do uso das redes sociais. A criação de crianças na era digital já é difícil o bastante. Pedimos que vocês não usem os enormes alcance e influência do Facebook para tornar esse trabalho ainda mais difícil.”

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Aplicativo

O Messenger Kids foi lançado pelo Facebook como uma “solução divertida e segura” para que crianças conversem, via vídeo ou chat, com amigos e familiares. É uma versão simplificada do Messenger, mas que exige consentimento dos pais antes do uso e cujos dados gerados não são usados para publicidade dirigida. Os pais precisam aprovar cada novo contato e é impossível apagar ou esconder mensagens. Não há propagandas.

“Após conversar com milhares de pais, associações parentais e especialistas em paternidade nos EUA, descobrimos que havia a necessidade de um aplicativo de mensagens que permitisse às crianças se conectar com as pessoas que amam, mas também tivesse o nível de controle desejado pelos pais”, dizia comunicado de dezembro do Facebook.

Resposta

Em resposta à carta aberta desta terça, o Facebook afirmou que “desde o lançamento, em dezembro, temos escutado de pais ao redor dos EUA que o Messenger Kids os ajuda a manter contato com seus filhos e que seus filhos mantenham contato com familiares, perto ou longe. Soubemos, por exemplo, que pais que trabalham à noite agora podem contar histórias de ninar para seus filhos; que mães em viagens profissionais estão tendo atualizações diárias de seus filhos enquanto estão longe”.

Mas a carta aberta questiona a necessidade de o Facebook oferecer esse serviço. “Para conversar com familiares e amigos à distância não é necessário ter uma conta no Messenger Kids. As crianças podem usar as contas dos pais no Facebook ou no Skype. Eles também podem simplesmente telefonar.”

Conheça o Messenger Kids: https://messengerkids.com/

 

Com informações da BBC.

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