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Mudar de bairro, de cidade ou de país traz preocupação e altera a rotina de adultos e crianças. Além disso, pode se tornar mais difícil quando não há parentes e amigos próximos da nova moradia ou nos casos em que a mudança ocorre de forma inesperada e traumática. “Isso mexe com todo mundo porque estamos acostumados à rotina”, afirma a psicóloga Semíramis Maria Vedovatto, do Conselho Regional de Psicologia do Paraná.

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Segundo ela, assim como o adulto se apega ao ambiente, às pessoas e às atividades do dia a dia, a criança também se acostuma com o que ocorre ao redor e se sente desconfortável quando há alterações. Por isso, “pode ficar angustiada, irritada, começar a fazer birra ou ainda ter falta de apetite e roer as unhas durante o processo de mudança”, aponta a terapeuta. A orientação, então, é preparar o filho para esse momento e ficar atento aos sinais de ansiedade e mudanças de comportamento que ele apresentar.

No caso de crianças com até três anos, a adaptação é mais fácil porque o importante nessa fase é estar perto do pai e da mãe. No entanto, elas perceberão se os adultos estiverem inquietos, inseguros ou preocupados e isso poderá afetá-las. “É necessário que os pais transmitam uma mensagem de segurança e tranquilidade”, aponta a terapeuta.

Leve as crianças para conhecer a nova casa. Foto: Bigstock Leve as crianças para conhecer a nova casa. Foto: Bigstock

Além disso, a situação deve ser explicada aos pequenos de forma lúdica, e a melhor opção para isso é contar uma história a respeito de alguma família que também precisou se mudar. Elementos como desenho, pintura, massa de modelar ou brinquedos podem ajudar nessa tarefa.

Já para crianças maiores de três anos ou em idade escolar, a psicóloga lista cinco dicas que vão ajudar no processo de transição e evitar instabilidades emocionais. São elas:

1. Responda as perguntas da criança

Em um processo de mudança, a criança terá muitas perguntas e precisa que elas sejam respondidas. Para isso, é importante explicar o que ocorrerá, apresentar os motivos da mudança e se antecipar às principais preocupações da criança. “Se ela também precisará trocar de escola, por exemplo, diga que não vai perder os amigos porque eles conseguirão uma forma de se encontrar. Não deixe seu filho com dúvidas”, orienta Semíramis.

2. Foque nos pontos positivos

Mostrar as vantagens da mudança para a nova casa também ajudará a criança a aceitar o novo local e a esperar por ele. Então, é importante que os pais falem dos novos amigos, de um espaço maior para brincar, do jardim ou de um quarto com mais espaço. Também é possível mostrar fotos da região e explicar os benefícios que o local oferecerá. “Diga se terá um parque por perto, algum lugar para andar de skate ou de bicicleta, e se estará mais perto da escola”, aconselha a terapeuta. O importante, segundo ela, é sempre focar nos benefícios que a mudança trará.

“É necessário que os pais transmitam uma mensagem de segurança e tranquilidade”, aponta a terapeuta.

3. Envolva a criança no processo

Além de falar a respeito do novo local, é importante envolver a criança nos preparativos para a mudança. Para isso, os pais podem levá-la até a nova residência e estimulá-la a escolher detalhes para o seu quarto – como as cores, algum adesivo no teto ou as cortinas. Caso não seja possível ir até a casa nova, também é possível apresentar imagens e até “passear” pela região com o auxílio de sites como o Google Maps. “A criança deve conhecer o espaço”, diz Semíramis.

4. Cuidado com a data escolhida para a mudança

O dia escolhido para realização da mudança também influencia no processo de adaptação. Por isso, o ideal é aproveitar as férias escolares ou algum feriado prolongado que dê à criança mais tempo de entender as alterações na rotina. “Se ela for para a escola na terça-feira, mudar na quarta e já começar em uma nova escola quinta-feira, por exemplo, sofrerá uma ruptura e terá dificuldade para aceitar”, explica a psicóloga, que também orienta os pais a evitarem épocas em que o filho esteja passando por outras mudanças como a chegada de um irmão, retirada das fraldas, saída do berço para a cama ou a separação do casal. “É necessário dar um tempo para que a criança possa assimilar essas situações”.

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5. Deixe a criança ajudar na mudança

Por fim, incentive a criança a participar da mudança organizando seus brinquedos e separando alguns deles para doação. Se ela já souber escrever, também é possível deixar com ela a tarefa de anotar do lado de fora das caixas quais itens foram colocados ali, como roupas ou livros. No caso de crianças menores ou que não estejam interessadas no que está ocorrendo, a melhor opção é deixá-las na casa de parentes.

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