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Há algumas décadas, quando uma mulher chegava na faixa etária dos 40 e 50 anos, já começava a se preparar para ser avó. Contudo, nos últimos 20 anos os costumes sociais mudaram tanto que o número de mulheres que tiveram filhos – algumas vezes, o primeiro – depois os 40, aumentou 49,5%, segundo dados do Ministério da Saúde, passando de 51.603 em 1995 para 77.138, em 2015. Claro que a maternidade nessa idade é possível, mas requer cuidados extras que jovens mães de vinte e poucos anos quase não precisam ter.

“Alguns estudos mostram uma frequência maior de hipertensão arterial e diabetes, por exemplo. Há ainda o cuidado com trabalhos de parto prematuros”, explica Márcia Pundek, professora de Ginecologia e Obstetrícia da Universidade Positivo, de Curitiba. Segundo ela, algumas complicações que comumente aparecem durante a gravidez em outras idades, aumentam já após os 35 anos.

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É o que confirma a médica obstetra Bruna Driessen. “Não é incomum hoje, que uma mulher de 37 e 38 anos seja hipertensa”, diz. Bruna destaca que não é incomum que uma mulher nessa faixa etária já inicie a gestação com alguma doença.

Outro risco refere-se à formação do bebê. Bruna conta que com o passar dos anos, o risco das doenças de má formação aumenta. Uma gestante de 25 anos, segundo ela, tem menor risco de ter uma gravidez com cromossomopatia, que é a alteração dos cromossomos fetais, do que aquela que engravidou mais tarde.

 

 

Mais estrutura

Apesar de todos os cuidados físicos que esse tipo de gravidez necessita, ter um filho mais tarde pode garantir condições mais confortáveis à família, já que após os 35, muitas mulheres já têm carreiras sólidas e estabilidade financeira para garantir qualidade nos bens materiais de que o bebê precisa.

Além disso, uma gravidez nessa idade costuma ser desejada e, às vezes, conquistada até com esforço, como no caso das mulheres que não tiveram filhos cedo devido à dificuldade em engravidar. Essa situação costuma aproximar muito a família e os amigos da “nova” gestante. “Tive minha filha com 41 anos e isso foi pensado para acontecer no momento certo com a pessoa que eu amasse”, conta a assistente social Silvia Albertini que hoje tem 56 anos. Ela lembra com carinho do tratamento que recebeu das pessoas próximas, ao saberem da notícia. “Fui bastante apoiada por irmã, tia e amigos próximos”.

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“Me casei com 40 anos e tinha uma endometriose. Fiz duas cirurgias e esse fator junto com a idade avançada já preocupava”, conta a instrumentadora cirúrgica Priscila Batista, de 46 anos. Logo após seu casamento ela iniciou um tratamento para engravidar. O processo foi bastante difícil e ela acabou deixando de lado o trabalho para se dedicar a isso. “Engravidei e perdi. Deixei de lado o tratamento por um tempo e quando voltei a fazer exames para reiniciar o tratamento, engravidei naturalmente”. Priscila já estava com 42 anos e como todos sabiam que ela sempre sonhou em ser mãe, a apoiaram e cuidaram para que o período após a chegada do bebê fosse o melhor possível para ela. “Todos me apoiavam, se alegrando e chorando comigo”

 

Um susto bom

Veronice Plucinski engravidou aos 47 anos, após ter tido duas filhas e feito laqueadura. A notícia de início causou espanto, mas, segundo ela, depois de recuperados do susto, a família e amigos ficaram muito felizes com a história. Ao contrário do que se possa imaginar, quando as pessoas que não a conheciam ficavam sabendo do fato, não o achavam um absurdo, mas reagiam de forma positiva. “Elas viam como um mérito e algo muito bom. A recepção do bebê quando nasceu, também, foi fantástica”, comemora. Essa aprovação e cuidado foram muito importantes para passar por essa fase. “A emoção por causa da idade é grande, mas ao mesmo tempo parece que a gente não tem medo de mais nada”, completa.

 

 

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