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O ano de 2017 constatou uma baixa generalizada no número de nascimentos e na taxa de fertilidade em praticamente todos os países desenvolvidos – mesmo naqueles que tinham revertido essa tendência nos anos anteriores. Quem percebeu o padrão foi o especialista espanhol Alejandro Macarrón, autor de livros como Suicidio demográfico en Occidente y medio mundo e El suicidio demográfico de España, que chamou o ano passado de “annus horribilis demográfico”.

Segundo ele, há dez anos parecia que alguns países do Ocidente, como a França e os países escandinavos, estavam conseguindo reverter os números negativos de suas taxas de fertilidade. Agora, porém, os países que pouco a pouco se aproximavam da taxa necessária para manter a população – 2,1 filhos por mulher – novamente voltam a se afastar desse número. A grande exceção entre os países desenvolvidos é Israel, que registrou 3,11 filhos por mulher em 2016 e 2017, embora seja um país pouco representativo por suas características singulares.

Entenda como o declínio da natalidade prolonga a crise econômica

A Irlanda, por exemplo, passou de 2,1 filhos por mulher em 2009 a 1,8 em 2017. Foi a taxa mais baixa de sua história – o que aconteceu também com a Noruega, a Islândia e a Finlândia, que chegaram a 1,7 filhos por mulher. Na França, no mesmo intervalo, o número caiu de 2,02 a 1,84 – número que, sem as muçulmanas, seria de 1,7 ou menos. O Reino Unido, onde apenas 60% dos bebês nascem de mães nascidas no país, seguiu o mesmo padrão e passou de 1,92 a 1,76 filho por mulher.

Os Estados Unidos, que em 2007 registravam 2,12 filhos por mulher, chegaram a 1,76 no ano passado. O Canadá, a Austrália e a Nova Zelândia também registraram quedas, chegando respectivamente a 1,53, 1,77 e 1,81 filho por mulher. Na Alemanha, os números diminuíram pela primeira vez em cinco anos. Suíça, Áustria e Luxemburgo também tiveram números menores do que em 2016.

Em apenas dois dos últimos 25 anos o número de nascimentos na Itália superou o de mortes – 2017 teve o maior saldo negativo da história, uma diferença de 183 mil pessoas. Na Espanha e na Grécia, a taxa de fertilidade caiu cerca de 5% entre 2016 e 2017. Em Portugal, a queda foi de 1% e na Holanda, na Bélgica e no Japão de 3%.

A Rússia conseguiu aumentar suas preocupantes taxas de natalidade entre 2012 e 2016 através de políticas públicas, mas as conquistas desse período parecem ter se evaporado em 2017, quando o número de nascimentos caiu impressionantes 8%. O mesmo número foi registrado na Ucrânia. Na Coreia do Sul foi ainda pior: 10% de queda, chegando a 1,05 filho por mulher – a mais baixa taxa de sua história e de todo o mundo.

2017 marcou ainda a entrada da Turquia e do México no time dos países que registram crescimento negativo. Por outro lado, Polônia, Hungria e Romênia, que implementaram políticas públicas de crescimento da natalidade nos últimos anos, não experimentaram quedas em suas taxas, embora elas não tenham crescido tanto quanto o esperado.

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