Reprodução/Facebook
Reprodução/Facebook| Foto:

 

 De repente seu filho chega em casa dizendo que dois coleguinhas agora são namorados. Talvez até ele mesmo já tenha dito que é namorado de uma amiguinha de sala. Quando isso acontece, alguns pais acabam achando engraçada a situação e até incentivando os pequenos a continuar essa história. Mas apesar de parecer bonitinho, essa situação não traz nada de bom para a criança. Por esse motivo, a Secretaria de Estado de Assistência Social do Amazonas (SEAS), lançou no início de abril a campanha “Criança não namora! Nem de brincadeira”, em parceria com o blog Quartinho da Dany, da professora Danyelle Santos, que desde 2008 escreve sobre proteção à infância e a maternidade consciente.

Foi a partir da percepção de grupos de discussão que tratavam dos riscos que pais e responsáveis corriam, ao expor as crianças aos relacionamentos afetivos que são da fase adulta, que a campanha nasceu. Carolina Pinheiro, assessora de comunicação da secretaria, explica que esse projeto foi lançado primeiro na internet, mas sem a intenção de alcançar níveis nacionais.

17796400_1327527250658591_8363067962578326716_nO projeto foi pensado para a conscientização local, porque entre 22 e 26 de maio, ela será trabalhada nos sete Centros de Convivência da Família e Idoso, coordenados pela SEAS. “Esse era um tema ainda não abordado na esfera governamental, e então decidimos contribuir. Publicamos a campanha das redes sociais e ela alcançou um número de 28 milhões de pessoas em todo o país, já nos primeiros dias! Não imaginávamos que tomaria essas proporções, porque priorizamos nosso público”, comemora Carolina.

A repercussão da campanha, com as redes sociais, tem trazido à secretaria histórias sobre problemas associados aos relacionamentos infantis, que acontecem no ambiente escolar, dos mais variados estados do país. Um exemplo é uma mãe de Minas Gerais, que contou que a filha pequena se sente constrangida e com vergonha, porque alguns amiguinhos a elogiam e pedem para namorá-la. Ao contatar a escola, ela ouviu: “Quem mandou ter filha bonita? E que bonitinhos os coleguinhas!”.

Ensinar conceitos sexuais polêmicos na escola pode render processo, diz procurador

Em outro caso, uma mãe do Rio de Janeiro disse que quando sua filha tinha cinco anos, um amiguinho sempre dizia que era namorado dela. Isso a chateava e ela dizia que não. Até o dia em que ela chegou em casa, com um cartão feito pela mãe daquele amigo, dizendo que era seu “convite de casamento”.  A mãe foi então falar com a diretora da escola que lhe recomendou: “Você precisa entender que mãe de menino é assim mesmo”. E ela ficou sem reação.

Luiz Coderch, psicólogo e terapeuta sexual da SEAS, explica que a campanha poderá orientar os adultos a reconhecerem que a relação entre meninos e meninas menores de idade, deve ser de amizade. “O adulto não deve reprimir as expressões de afetividade da criança, mas também não há necessidade de transformar relações de respeito e carinho em namoro. Conversar sobre o que é certo ou errado é sempre a melhor opção”, orienta.

*****

Recomendamos também:

***

Curta nossa página no Facebook e siga-no no Twitter.

Deixe sua opinião