O presépio tem uma tarefa muito importante de lembrar em nossos lares que o Natal é uma festa cristã.
O presépio tem uma tarefa muito importante de lembrar em nossos lares que o Natal é uma festa cristã.| Foto: Dan Kiefer/Unsplash

É creditado a São Francisco de Assis a tradição de montar a cena do nascimento de Jesus. A intenção do santo italiano era fazer memória da natividade de Cristo e ajudar os fiéis a compreenderem melhor esse grande acontecimento.

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O presépio pode ser simples, com Jesus, Maria e José em uma peça única. Pode também ser mais complexo com peças grandes e rebuscadas ou até mesmo pode ser encenado por pessoas e animais reais. O importante é que a mensagem do nascimento de Jesus seja transmitida a quem contemplar esse símbolo do Natal. “A sagrada família nos lembra que Jesus, mesmo sendo Deus, decidiu se fazer um de nós, com simplicidade e pobreza”, comenta o teólogo Giovani Formenton.

Tradições para a montagem do presépio

Muitas pessoas costumam deixar o presépio montado, porém com a manjedoura vazia, que deverá ser preenchida com o Menino Jesus na noite de Natal. Outro costume interessante é montar a base do presépio no primeiro domingo do Advento (quatro domingos antes do dia do Natal) e, aos poucos, preencher com os personagens até culminar com a colocação de Jesus Menino na noite do dia 24.

“Isso nos ajuda a compreender que o tempo do Advento, estas quatro semanas que antecedem o Natal, é um tempo de preparar o coração para a vinda de Jesus”, explica o teólogo. “Que ele possa preencher nossos corações como preencherá o presépio”.

Além disso, ainda há aqueles que prefiram deixar a montagem do presépio apenas para o dia 17 de dezembro, dia em que as leituras bíblicas da liturgia católica começam a falar de maneira mais intensa sobre o nascimento de Jesus. Não há certo ou errado, o que realmente importa é criar uma atmosfera de expectativa.

O presépio aponta para o que é importante

De acordo com Formenton, o presépio tem uma tarefa muito importante de lembrar em nossos lares que o Natal é uma festa cristã, com um valor simbólico e transformador muito grande. “Com o nascimento de Jesus, passamos a ser filhos do Deus de Amor porque Cristo assumiu nossa humanidade”, explica. “Isso é a boa-nova. A morte foi vencida! É um mistério que está intimamente ligado à Páscoa”.  

Ademais, o presépio também deve nos lembrar de tudo isso em meio a uma excessiva preocupação e intensidade do marketing e do comércio. “Em meio a tantas preocupações e compras, o presépio nos dá a luz para o que é importante”, afirma o teólogo.

Personagens do presépio

Várias figuras compõem a montagem do presépio e cada uma delas tem um significado. Confira a explicação do teólogo sobre cada personagem:

  • Jesus, Maria e José

    A presença dos pais nos lembra que o Filho de Deus veio realmente como filho do homem. Nasceu de uma mulher, foi criado por um casal, aprendeu o ofício com seu pai e também sua fé. O menino crescia em estatura, sabedoria e graça diante de Deus e dos homens, diz o Evangelho. Estes três personagens são os principais.
  • O anjo e a estrela

    O Anjo que anuncia aos pastores e a estrela que conduz os reis magos, é sinal da epifania, no comunicar-se de Deus ao mundo na grande notícia que será dada.
  • O boi e o jumento ou burrico

    Isso tem uma dupla origem. Em Isaías, temos o texto que diz que "o boi conhece seu amo e o asno a manjedoura de seu dono". Enquanto Orígenes, logo no começo da história do cristianismo sinaliza que estes dois animais são alogoi (sem logos, sem racionalidade, completamente bobos) - o Logos (a Palavra), como diz João, é o Cristo. Isso nos dá duas interpretações: até animais completamente sem inteligência ou razão de ser reconhecem seu mestre, como poderíamos nós não reconhecer?

    Outra compreensão possível é que todos somos como o burro e o boi (sem a palavra) se a Palavra não habitar em nós. Como o boi e o jumento, esperamos ansiosos para que Cristo venha nos preencher.
  • Os reis magos

    Os reis magos são pagãos que reconhecem pela luz que lhes foi dada (a estrela) a realeza, o sacerdócio e o profetismo de Cristo, simbolizados por seus respectivos presentes: ouro, incenso e mirra. A tradição, com o passar dos anos os nomeou: Baltasar, Gaspar e Melchior. Eles nos lembram que devemos reverenciar a Cristo pelo que Ele é, e devemos dar a Ele o que lhe é justo: nossa vida e adoração.
  • Os pastores

    Diferentemente dos reis magos, os pastores não trazem nada. Mesmo assim, trazem o que é importante: sua vida e adoração. Eles estão no mesmo lugar, na mesma hora e fazendo a mesma coisa que os reis: reconhecendo que aquele Menino é a salvação que lhes fora anunciada pelo anjo. Veja, não é preciso presentes, grandes esforços e nem títulos para dar a Jesus o que é justo. Basta acreditar na mensagem e se prostrar diante dEle entregando a Ele seu amor e sua vida.
  • As ovelhas

    Talvez estivessem na gruta, talvez tenham vindo com os pastores, o certo é que cada um de nós é uma ovelha deste Bom Pastor que nasce e podemos reconhecer sua voz quando nos chama.
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