Lares saudáveis se preocupam com o afeto, com as relações, mas também com as finanças
Lares saudáveis se preocupam com o afeto, com as relações, mas também com as finanças.| Foto: Bigstock

Passar por uma crise financeira é algo que ninguém quer, mas pode acontecer se faltar organização. Finança é assunto de família, não pode ser um tabu, e ensinar a lidar com dinheiro é algo que os pais têm obrigação de repassar aos filhos. Só que esse não é um costume muito natural do brasileiro. Levar uma vida economicamente regrada exige sacrifícios, mas compensa.

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Foram anos usando o limite do cheque especial até a professora Marina Camargo e o marido tomarem uma decisão importante. Quando ela ficou grávida, os dois perceberam que se continuassem naquele ritmo a dívida jamais teria fim. Com muitas contas e cortes no orçamento, conseguiram a estabilidade tão sonhada para se preparar para a chegada da Rafaela. “Foi muito difícil não comprar tudo que eu queria para o enxoval dela, mas valeu muito a pena”, confessa Marina.

Com o passar dos meses, o casal viu que muitas das compras que eles pensavam em fazer seriam um desperdício. “Criança recém-nascida perde tudo muito rápido e nem tudo é necessário. Hoje agradeço por ter sido tão controlada”, diz a professora. É justamente a necessidade que deve ser levada em conta nessa hora.

O professor universitário aposentado e consultor Eli Marques explica que na vida existem duas demandas principais: as necessidades e as vontades. “O salário tem que ser suficiente para suprir as necessidades e algumas poucas vontades. O problema é que é difícil segurar as vontades”, esclarece.

Marques também reforça que planejar vale a pena. “Tudo aquilo que você compra à vista, você compra com vantagem”, destaca. E é por isso que a psicóloga e professa da Faculdade Estácio Curitiba, Jocely Burda, aconselha: “O primeiro passo é fazer uma planilha com todos os gastos da família”.

Transparência

Lares saudáveis se preocupam com o afeto, com as relações e com as finanças, segundo Jocely. De acordo com ela criar uma cultura familiar de aprender a cuidar do dinheiro é fundamental porque garante a saúde de vários aspectos da casa. E a transparência também é essencial. “Os filhos devem saber quanto custam as coisas. Um tênis novo, uma ida ao shopping. Estamos em um momento difícil e precisamos ter esse cuidado sim”, orienta.

Compartilhar os gastos e os ganhos ajuda no processo de confiança, sem a qual não tem casamento que sobreviva. Normalmente a primeira crise de um casal está relacionada a dinheiro, como comenta a psicóloga: “Todo casamento começa a despencar a partir do momento em que acontece alguma coisa nas finanças da família”. Essa troca é tão importante quanto a disciplina para poupar.

Pensar no futuro é algo que Jocely também recomenda. “A planilha precisa ter um item separado para investimentos e uma reserva”, ensina. E se hoje essa parece uma realidade muito distante, Marques avisa que a vida é feita de escolhas e economizar exige mudança e hábitos. “É difícil fazer um plano quando não está acostumado, mas quem começa a poupar, começa a gostar e valorizar o dinheiro”, conclui.

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