Sentir raiva nem sempre é ruim, mas a forma com que se lida com ela é que pode ser um problema
Sentir raiva nem sempre é ruim, mas a forma com que se lida com ela é que pode ser um problema| Foto: Abigail Keenan/Unsplash

Quem nunca teve um acesso de raiva por motivos totalmente irrelevantes? Esse sentimento, acredite, nem sempre é ruim. A forma como se lida com a raiva é que pode ser um problema. Essa emoção universal é desencadeada por uma série de fatores e, se muito frequente, pode estar relacionada a transtornos mais graves.

Siga o Sempre Família no Instagram!

Irritabilidade constante, impulsividade e até sintomas físicos como tremor e suor são sinais de que a raiva está se manifestando. Se isso acontece com muita frequência, atenção! Porque não é normal. A coordenadora da comissão de psicologia clínica do Conselho Regional de Psicologia do Paraná, Mariana Mansur Soares Santos, faz o alerta: depressão e crises de ansiedade também levam a esse estado.

A psicóloga destaca que sentir raiva é bastante comum e externalizar é melhor do que deixar esse sentimento reprimido. “A raiva é uma reação a uma injustiça, por exemplo, frustração ou impotência diante de uma situação. Sentir não é negativo, até porque existem momentos na vida em que você precisa ficar bravo”. A agressividade, sim, é bastante prejudicial, segundo ela.

Consequências físicas

Comportamento explosivo e falta de controle como quebrar coisas ou gritar demais são sinais de que algo está errado. O importante é identificar o que está causando tanta irritabilidade para solucionar o problema. Normalmente após episódios de reação exagerada vem a culpa e a vergonha, que podem ter consequências. “Muitas vezes esse estresse provoca gastrite nervosa, pressão alta e até o 'apertamento' dos dentes, causando desgaste, além de insônia. É tudo interligado”, diz Mariana.

E em situações em que ocorreu o descontrole, a psicóloga orienta a respirar. Inspirar e expirar profundamente ajuda a aliviar a irritação. Assim como sentir a pulsação para acompanhar a redução da frequência cardíaca.

Como evitar

Para amenizar esse problema de irritação excessiva a ajuda de um psicólogo pode ser essencial, mas manter uma rotina já ajuda bastante a evitar crises, defende Mariana. Exercícios físicos também podem dar vazão à raiva, oportunizando o controle diante das situações. “Quanto mais coisas eu consigo controlar na minha rotina, menor a minha irritação”, afirma a psicóloga.

Autoconhecimento também é uma ferramenta importante. De acordo com Mariana “se a gente não sabe o que nos irrita, qualquer coisa vai nos irritar”. Inteligência emocional para lidar com as situações do cotidiano é outra forma de prevenir a raiva. Não levar tudo para o lado pessoal facilita o entendimento de que a atitude do outro nem sempre tem a intenção de magoar quem está ao redor.

Deixe sua opinião