Para manter um relacionamento familiar saudável, às vezes são os momentos a dois que garantem estabilidade emocional para todos.
Para manter um relacionamento familiar saudável, às vezes são os momentos a dois que garantem estabilidade emocional para todos.| Foto: Bogstock

Escolher dividir a vida com alguém é uma opção bastante óbvia e fácil para muitos casais. A rotina a dois, porém, nem sempre é fácil e não é incomum que com a chegada dos filhos, o casal entre em um modo meio automático priorizando sempre as crianças. Só que para manter um relacionamento saudável para todos em casa, às vezes são os momentos a dois que garantem estabilidade emocional para a família inteira.

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O jeito como o casal lida com as diferenças é o que faz com que ambos cresçam na relação, segundo Samarah Perszel de Freitas, psicóloga especialista em terapia familiar sistêmica, doutoranda em Educação e professora da Universidade Positivo. Ela garante que mesmo que venham os filhos o casal não pode perder essa característica, já que a intimidade inicial foi o que possibilitou a constituição da família.

E é importante manter um espaço de intimidade física, emocional e uma parceria, afirma Samarah. O apoio e a compaixão diante das dificuldades ajustam a relação, diz ela, e sem essa ajuda mútua, exercer outros papeis, como o de pais, fica bem mais complexo. “Quando se perde essa conexão com o outro fica difícil estabelecer novas metas, fazer novos acordos e até determinar o horário de sono da criança, as regras básicas da família”, explica.

Namorados

Pelo menos uma vez por semana Eduardo e Giovana Menezes se programam para um jantar a sós, sem os filhos. O casal de empresários conta com a ajuda da mãe dela, que cuida dos netos com o maior prazer para que os pais possam ficar mais à vontade.

“Eu engravidei bem no início do casamento então parece que quase não tivemos tempo de aproveitar a lua de mel de recém casados”, conta ela. Eduardo diz que foi dela a ideia de iniciar essa tradição e agradece pelas noites em que está sozinho com a esposa. “Não que a gente não fique com um pouco de saudade das crianças, mas é bom de vez em quando agir como dois namorados adolescentes”, afirma Eduardo.

E a culpa não tem vez no dia a dia dos dois. “Os meninos adoram ficar na casa da vó e ela também aproveita. É como se fosse uma noite livre, em que eles são super paparicados e nós fugimos um pouquinho das responsabilidades e preocupações de pais de família”, desabafa Giovana.

A empresária confessa que pensou nisso porque percebeu que depois de alguns anos ela e o marido agiam mais como amigos do que como marido e mulher, e achou que dessa forma o casamento sobreviveria melhor a qualquer crise que pudesse aparecer. “Ela acertou em cheio”, revela o marido.

Apoio

Ter uma rede de apoio foi fundamental para o casal de empresários. Samarah concorda que ter com quem contar nessas horas facilita muito a vida do marido e da mulher que querem dar uma escapadinha para um jantar especial, por exemplo. Ela defende, porém, que mais do que manter a frequência, o ideal é ter tempo de qualidade juntos. Outra dica da psicóloga é dar boas risadas. Ela acredita que falar dos problemas com leveza e bom humor contribui para relações mais estáveis e duradouras.

Cuidar primeiro de si, garantindo a individualidade, precisa ser uma prioridade, ensina Samarah. Depois é que o casal deve ser o foco das atenções e, por último, o cuidado com os filhos e a relação dos pais com eles. Manter essa ordem estratégica é o que faz com que cada indivíduo da família exerça seu papel de forma saudável, conclui a terapeuta.

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