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Qual a diferença entre os casamentos duradouros, com casais há décadas vivendo felizes, e aqueles que entram em crise mal aparecem as primeiras dificuldades? Essa pergunta tem motivado inúmeros pesquisadores e embora seja difícil determinar com exatidão quais são os fatores que determinam um casamento feliz, já é possível apontar algumas respostas.

Depois de quase três décadas de pesquisas, o psicólogo norte-americano John Gottman acredita ter chegado ao ponto chave que diferencia os casamentos felizes dos que fracassam. Para chegar ao resultado, Gottman e outros pesquisadores começaram a investigar o comportamento de casais avaliando como eles respondiam a questões relacionadas à forma como haviam se conhecido, memórias positivas e conflitos vividos, monitorando funções vitais básicas como frequência cardíaca, pressão sanguínea e suor.

Após seis anos, os casais foram contatados novamente e os pesquisadores constataram que parte deles continuava casada e feliz, mas outra parte já havia se separado ou estava vivenciando um casamento infeliz. Os pesquisadores identificaram que os casais com problemas eram justamente os que haviam apresentado respostas fisiológicas mais ativas durante os testes de seis anos atrás.

Tranquilidade

Isso mostrou que quanto mais estressante era para o casal ficar lado a lado e falar sobre o relacionamento, mesmo quando se tratava de coisas positivas, mais chances eles tinham de ter desentendimentos. Já aqueles que continuavam felizes, haviam mostrado baixas taxas de excitação no teste, o que se traduziu em um comportamento mais calmo e confiante do marido e da esposa.

Num outro estudo, 130 casais recém-casados foram convidados a passar um dia em um laboratório que recriava ambientes típicos de um lar. No laboratório, os casais tinham de fazer o que normalmente fariam em suas próprias casas, como cozinhar, conversar, limpar. Durante todo o dia, cada cônjuge fez pequenos comentários tentando chamar a atenção do marido ou esposa. Alguns respondiam aos comentários com intimidade, demonstrando interesse e apoio ao cônjuge, mas outros simplesmente os ignoravam ou respondiam criticando o parceiro.

Após alguns anos, os casais que haviam mostrado maior cumplicidade no teste continuavam juntos e felizes, enquanto aqueles que se mostraram desinteressados aos responder os cônjuges estavam separados ou com o casamento em crise.

Erros

A partir desses dados, Gottman concluiu que entre os fatores que fazem um casamento durar está a bondade e a generosidade existente entre os cônjuges. Os casais que fracassam, explica Gottman, tendem a ver com mais ênfase os erros do parceiro, o que se materializa em atitudes de crítica, indiferença, desconfiança e desprezo pelo cônjuge. É como se tudo o que o outro é acabasse reduzido aos seus erros e defeitos.

Já nos casamentos felizes, marido e esposa são generosos um com o outro, o que não significa uma atitude passiva ou cega diante de eventuais erros, mas sim que as críticas são sempre pautadas pelo respeito e desejo de que o outro melhore. Além disso, há interesse e desejo de gratidão pelo outro.

Bondade  

Quando um dos cônjuges não se interessa pelo outro – por exemplo, ao ignorá-lo ou dar respostas frias demais – está abrindo caminho para um dos maiores fatores que leva o casamento a uma crise, diz Gottman.

Para o pesquisador, a estabilidade de um casamento está diretamente ligada à capacidade de cada cônjuge sentir-se amado e cuidado pelo outro. E para isso é preciso que o marido ou esposa tenha uma atitude de bondade contínua, manifestada através do respeito, carinho, atenção, interesse e boa vontade em relação ao parceiro.

Ele explica que embora alguns possam ver a bondade como um traço fixo do temperamento de uma pessoa, ela também pode ser entendida como um músculo, capaz de ser exercitada e desenvolvida continuamente. E é isso que os casais devem fazer: exercitar diariamente a bondade para com os seus parceiros.

 

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