Por que Evo Morales revogou o Código Penal?
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Evo Morales anunciou ontem (21) que irá revogar o novo código penal (veja meu vídeo explicativo logo abaixo). A presidência do Senado boliviano diz já ter recebido o documento oficial. Muitos comemoraram. Eu comemorei. O povo boliviano também, mas ainda – e com razão – ainda não cedeu. Hoje estão ocorrendo protestos e paralizações por todo país, com mais força em Cochabamba e La Paz.

Os bolivianos estão “por aqui” com Evo Morales e seus abusos frequentes. A estratégia de recuar, revogando o Código Penal, é um velho truque comunista para, mais tarde, avançar outro tanto. É a velha história do bode russo. O problema maior é que Evo, numa manobra jurídica à la Gilmar Mendes, foi autorizado pela Suprema Corte boliviana a concorrer a sua quarta reeleição e, portanto, terá mais chances de continuar desgastando o povo até domina-lo de vez.

O país não o quer mais no poder e, por isto, os protestos continuam. Há um clamor geral para que se respeite o referendo que impedia a reeleição do cocaleiro no poder. Se Evo revogou o novo código sob a justificativa de ouvir o seu povo, por que ele não o ouve de vez e sai do trono para nunca mais voltar? Oras, porque ele NÃO QUER DEIXAR O PODER; porque o Foro de São Paulo precisa mantê-lo no poder; porque a constante opressão da população enfraquece dia a dia as chances de uma revolta popular efetiva; porque a sensação de incapacidade popular para mudar o país desanima a constância das revoltas; e porque, uma vez que um esquerdista sobe ao poder, ele fará de tudo para jamais sair.

Evo deu apenas um passo estratégico para avançar um pouco mais futuramente. Há boatos de que a decisão foi tomada por que ele teria recebido uma ligação do Departamento de Estado Norte Americano pedindo esclarecimentos sobre o novo código. Chile, Argentina e Colômbia também teriam pedido explicações através do corpo diplomático.

Por fim, Evo não revogou o novo Código Penal por que ele era abusivo, absurdo e totalitário, mas para conseguir se reeleger com fraudes eleitorais semelhantes àquelas brasileiras. A revogação limpa um pouco a barra da esquerda latino-americana, ligada até a raiz com Lula, fundador do Foro de São Paulo (a ordem deve ter vindo de Lularápio, afinal, ter um ditador como amigo às vésperas do seu julgamento não é nada bom politicamente). É melhor garantir a continuidade no poder do que causar uma guerra civil e, inevitavelmente, chamar a atenção do mundo, mostrando, mais uma vez, do que os comunistas são feitos.

(Aproveito a ocasião para agradecer a todos que me felicitaram pelo dia de ontem. Muito obrigado mesmo! Infelizmente não tenho como responder a todos. E fico muito feliz com o apoio e incentivo que todos vocês me dedicam diariamente.)

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