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No meio católico, é fato conhecido que a influência da maioria dos bispos no comportamento de seus fiéis é mínima, especialmente quando comparada àquela exercida por líderes religiosos que sabem fazer bom uso da mídia e da internet. O resultado dessas eleições, contudo, escancara esse fenômeno com evidências mensuráveis.

Ao longo da campanha, bispos reconhecidamente de esquerda, próximos do MST, do PT, simpáticos às pautas socialistas e hostis ao foco em temas como a luta contra o aborto e valorização da família tradicional, fizeram tudo o que podiam para evitar que suas dioceses contribuíssem com a eleição do conservador Jair Bolsonaro. Eles emitiram cartas, deram entrevistas, enviesaram homilias e declararam apoio (implícito ou explicito) ao candidato de Lula. A apuração, no entanto, revela que fracassaram miseravelmente.

Em cada uma das dioceses abaixo, o povo deu ao agora presidente uma votação superior à obtida por ele em nível nacional. Em alguns casos, muito superior.

 

Prelazia de São Félix do Araguaia (MT)

Dom Adriano Ciocca

É a diocese de um ícone da teologia da libertação, o bispo emérito dom Pedro Casaldáliga. Também foi a última diocese por onde passou dom Leonardo Steiner, o secretário-geral da CNBB que se encontrou com Haddad, mas não com Bolsonaro. O atual bispo, dom Adriano Ciocca, segue a linha de seus antecessores. Todo o simbolismo da diocese não foi suficiente para evitar a larga vantagem do capitão nas urnas.

Bolsonaro – 61,54%

Haddad – 38,46%

 

 

Arquidiocese de Londrina (PR)

Dom Geremias Steinmetz

Ele ganhou fama nacional depois das denúncias publicadas nos vídeos do jornalista Bernardo Küster, sobre o 14º Intereclesial das CEBs, no início do ano. Quem não se lembra do áudio no qual ele diz “deixa latir” em resposta aos que o criticavam?

Dom Geremias deve estar decepcionado ao ver que chamar a nata da teologia da libertação para sua diocese não evitou – e pode até ter ajudado – a homérica surra eleitoral que o PT levou na cidade.

Bolsonaro – 80,42%

Haddad – 19,58%

 

 

Diocese de Lages (SC)

Dom Guilherme Antônio Werlang

Bispo muito ligado ao MST. Para esse deve-se considerar o atenuante de que chegou ao estado no começo do ano. Deve estar assustado com o conservadorismo catarinense que elegeu um militar para a presidência e outro para o governo do estado.

Bolsonaro – 73,83%

Haddad – 26,17%

 

 

 

Diocese de Barra do Piraí – Volta Redonda (RJ)

Dom Francisco Biasin

Na semana do 2º turno, publicou uma carta na qual critica a “onda de rancor e ódio”, demonstra preocupação pelos “homoafetivos” entre outras minorias que seriam “tragicamente atingidas”. O drama fundamentado em mentiras não comoveu.

 

Volta Redonda

Bolsonaro – 64,13%

Haddad – 35,87%

 

Barra do Piraí

Bolsonaro – 64,26%

Haddad – 35,74%

 

 

Diocese de Campos dos Goytacazes (RJ)

Dom Roberto Francisco Ferrería Paz                     –

Gravou vídeo alertando sobre os “perigos do fascismo e do totalitarismo”. Não o levaram a sério.

Bolsonaro – 64,87%

Haddad – 35,13%

 

 

Diocese de Jales (SP)

Dom Reginaldo Andrietta

Sem citar o nome de Bolsonaro, o bispo publicou um texto no qual chamou o presidente eleito de “candidato à presidência que dissemina violência, ódio, racismo, homofobia e preconceito contra mulheres e pobres”. Nas urnas, o povo presenteou o capitão com 77%.

Bolsonaro – 77,48%

Haddad – 22,52%

 

 

Diocese de Roraima

Dom Mário Antônio da Silva

O bispo da diocese que faz fronteira com a Venezuela também apelou para uma carta na qual diz, sem citar o nome de Bolsonaro, que quem apoia alguém como ele com o voto “ofende a Deus e ao irmão”. Não funcionou. O povo decidiu seguir o bom senso que a realidade suscita em qualquer um que vê de perto a desgraça provocada pelo socialismo no país vizinho.

Bolsonaro – 71,55%

Haddad – 28,45%

 

 

Diocese de Vacaria (RS)

Dom Silvio Guterres Dutra

O bispo de Vacaria ganha o prêmio de pior insulto ao próprio povo que devia pastorear. Com uma carta intitulada “As eleições 2018 e o fanatismo religioso”, ele chamou de fanático quem prioriza a luta pela vida desde a concepção e quem combate o comunismo. Pelo jeito, só conseguiu motivar uma vingança dos fiéis nas urnas

Bolsonaro – 75,37%

Haddad – 24,63%

 

 

Diocese de Lorena (SP)

Dom João Inácio Müller

Gravou entrevista em vídeo na qual diz que quem vota em alguém como Bolsonaro – sem citar seu nome, claro – está excomungado. A declaração deve ter provocado reações variadas, mas não medo, dado o volume de votos do conservador na cidade: 79,14%

Bolsonaro – 79,14%

Haddad – 20,86%

 

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