Eunício Oliveira (à direita) ao lado do então relator do novo Código Penal, senador Pedro Taques.
Eunício Oliveira (à direita) ao lado do então relator do novo Código Penal, senador Pedro Taques.| Foto:
O relator do novo Código Penal, Pedro Taques (PDT-MT) à esquerda, e Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da comissão, à direita. (foto: Agência Senado) O relator do novo Código Penal, Pedro Taques (PDT-MT) à esquerda, e Eunício Oliveira (PMDB-CE), presidente da comissão, à direita (foto: Agência Senado).

O novo Código Penal foi aprovado nesta terça-feira (17) pela comissão especial de senadores responsável pela proposta. No que diz respeito ao aborto, foi mantido exatamente o mesmo o texto do código atual. A aprovação foi considerada uma vitória por representantes do movimento pró-vida que acompanharam a sessão, já que o projeto elaborado por juristas, antes de chegar aos parlamentares, liberava o aborto até a 12ª semana.

Como o blog informou em agosto, o texto do relator, senador Pedro Taques (PDT-MT), já havia descartado a descriminalização, mas alterava termos bastantes significativos no texto da lei. O relatório de Taques trocava o atual “não se pune” por “não há crime” nos casos não puníveis, e acrescentava o “risco à saúde da gestante”, além do já presente risco de vida. Essas substituições causariam enorme confusão, deixando brechas para que promotores do aborto usassem praticamente qualquer coisa para justificar o “risco à saúde”. Problemas emocionais, por exemplo, poderiam ser válidos para que uma mãe matasse o próprio filho dentro ventre.

Na sessão desta terça, no entanto, o próprio Taques optou por mudar o trecho  que se refere ao aborto, deixando-o exatamente como consta na versão atual. Conforme informa a Agência Senado, o senador acatou argumentos de que essa seria uma formulação muito genérica e poderia dar margem a interpretações muito amplas. O aborto, portanto, permanece não punível apenas em casos de estupro, anencefalia e quando “não há outro meio de salvar a vida da gestante”.

O presidente da comissão, senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), disse que agora o texto deve seguir para votação no plenário.

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Amigos que acompanharam a sessão contam que o senador Aloysio Nunes (PSDB-SP) apresentou um destaque facilitando o aborto, conforme o pré-projeto previa, e contra o relatório de Taques. A proposta de Nunes foi, felizmente, rechaçada.

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